A Tesla teve semanas de alta nas ações recentemente, impulsionadas por um otimismo crescente sobre mudanças regulatórias favoráveis na área de direção autônoma.
Elon Musk, conhecido por sua influência política, pode tentar moldar as políticas durante a administração Trump 2.0 para beneficiar a empresa.
Além disso, Musk tem falado muito sobre as possibilidades do robô humanoide Optimus, um dos projetos mais ambiciosos da Tesla.
Porém, o coração do negócio — a venda de veículos elétricos — continua tendo grandes dificuldades, mesmo com sinais de melhora.
Metas não atingidas no quarto trimestre
Os analistas de Wall Street esperavam que a Tesla entregasse entre 506.763 e 512.000 veículos no quarto trimestre de 2024, de acordo com projeções da própria empresa e da Bloomberg.
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Apesar dessas estimativas, a Tesla entregou 495.570 unidades nesse período, abaixo das expectativas e longe das 516.344 unidades necessárias para igualar as entregas de 2023, que totalizaram 1,81 milhão de veículos.
No ano todo, a Tesla ficou em 1.789.226 veículos entregues, não alcançando a meta de superar os números do ano anterior. Esse desempenho releva os desafios que a Tesla enfrenta, mesmo com avanços em produção e logística.
No terceiro trimestre de 2024, por exemplo, foram entregues 462.890 veículos, enquanto a produção atingiu 469.796 unidades. Já no quarto trimestre, as entregas cresceram, mas ainda não foram suficientes para compensar os números do ano.
Modelos mais vendidos e efeitos nos estoques
O Modelo 3 e o Modelo Y continuam sendo os pilares do sucesso da Tesla, com 471.930 unidades entregues no último trimestre do ano. Outros modelos, incluindo o Cybertruck, venderam 23.640 unidades.
Apesar da alta demanda, a métrica de dias de estoque da Tesla caiu de 19 no terceiro trimestre para 11,7 no quarto trimestre, indicando uma redução nos estoques acumulados.
Essa queda reflete uma taxa média de entregas diárias de 6.607 veículos no final do ano, um aumento em relação aos 6.171 veículos do trimestre anterior.
Ainda assim, o balanço anual mostra que, apesar da Tesla ter mantido a produção em alta, dificuldades como logística, mudanças econômicas e concorrência mais acirrada pesaram contra as metas estabelecidas.
Oportunidades em 2025
Para o próximo ano, o desempenho do setor automotivo da Tesla dependerá de fatores externos e internos, de acordo com o analista Gary Black.
Um possível revés será a revogação do crédito tributário federal de US$ 7.500 para veículos elétricos nos EUA, que pode diminuir a atratividade de seus produtos.
Porém, a empresa tem grandes expectativas para o Model Q, um hatchback compacto que deve ampliar a base de consumidores e enfrentar a concorrência no segmento popular.
Além disso, os avanços em direção autônoma e a expansão do portfólio de produtos, como o robô Optimus, podem diversificar as fontes de receita da Tesla, mesmo que o mercado de veículos elétricos apresente oscilações.
Dito isso, fica evidente que a capacidade da Tesla de superar obstáculos regulatórios, ajustar estratégias de preços e aumentar sua eficiência de produção será determinante para se manter na liderança do setor.
