Qualcomm e MediaTek querem superar a Apple com chips de 2nm da TSMC

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A Qualcomm e a MediaTek já estão preparando seus novos processadores topo de linha para o próximo ano — o Snapdragon 8 Elite Gen 6 e o Dimensity 9600 — e ambos devem ser produzidos com a tecnologia de 2 nanômetros (nm) da TSMC.

Essa será a primeira vez que as duas marcas usarão esse tipo de litografia. A TSMC está desenvolvendo duas versões desse processo: o N2 e o N2P, que é uma versão aprimorada do mesmo.

Segundo fontes do setor, enquanto a Apple deve usar o N2 para lançar seus chips A20 e A20 Pro, Qualcomm e MediaTek pretendem pular direto para o N2P, tentando assim abrir vantagem sobre a rival.

Analistas apontam que o processo de 2nm da TSMC será escasso no início, com uma capacidade mensal estimada entre 15 mil e 20 mil wafers — que são as lâminas de silício onde os chips são gravados.

Rumores anteriores já indicavam que o Snapdragon 8 Elite Gen 6 usaria o processo N2P com suporte às novas memórias LPDDR6 RAM e armazenamento UFS 5.0.

Agora, o jornal Commercial Times afirma que a MediaTek também entrou no jogo e lançará o Dimensity 9600 usando a mesma litografia.

A empresa taiwanesa anunciou recentemente que concluiu com sucesso o tape-out (última etapa antes da fabricação em larga escala) do seu primeiro chip de 2nm, com lançamento previsto para o fim de 2026.

Apesar de algumas fontes afirmarem que Apple, Qualcomm e MediaTek vão adotar o mesmo processo N2, há cada vez mais indícios de que as fabricantes de chips para Android migrarão para a versão N2P, considerada mais eficiente.

Essa decisão faz sentido, tanto a Qualcomm quanto a MediaTek querem reduzir a distância de desempenho em relação à Apple.

Nos testes do Geekbench 6, o A19 Pro da Apple ainda é o campeão em eficiência energética, entregando mais desempenho por watt que o Snapdragon 8 Elite Gen 5 e o Dimensity 9500.

Ou seja, usar o mesmo processo de fabricação que a Apple não seria suficiente para superá-la. Apostar no N2P, que deve oferecer ganhos extras em eficiência e consumo de energia, pode ser a única forma de equilibrar a disputa.

A vantagem da Apple no desenvolvimento de chips

A Apple segue na frente porque desenvolve seus chips internamente há anos. O time de engenheiros da empresa projeta seus próprios núcleos de CPU e GPU, otimizados ao máximo.

Um exemplo é o A19 Pro, onde os núcleos de eficiência conseguiram atingir 29% mais desempenho sem aumentar o consumo de energia — um feito que poucas concorrentes conseguem igualar.

Já a Qualcomm está apenas começando a seguir esse caminho, após a compra da Nuvia, e o Snapdragon 8 Elite Gen 5 foi apenas o segundo chip da marca com núcleos próprios.

A MediaTek, por outro lado, ainda depende dos projetos de CPU e GPU da ARM, o que ajuda a reduzir custos, mas limita o desempenho e a eficiência dos seus chips.

Corrida pelos wafers de 2nm

Outro ponto importante é o acesso ao fornecimento de chips de 2nm. Relatórios anteriores indicam que a Apple já reservou mais da metade da produção inicial da TSMC, o que deixaria concorrentes como Qualcomm e MediaTek com pouco espaço para negociar.

A saída encontrada seria apostar no processo N2P, do qual a produção em massa está programada para o segundo semestre de 2026.

Ainda não dá para confirmar se o Commercial Times está apenas repetindo informações anteriores, mas esta é a primeira vez que o veículo menciona a MediaTek nesse contexto.

Analistas reforçam que a TSMC terá uma produção bastante limitada de 2nm até o fim de 2025, o que deve acirrar ainda mais a disputa entre as gigantes de chips. Por enquanto, todas essas informações devem ser tratadas com cautela, já que nada foi confirmado oficialmente.

O cenário, porém, indica uma corrida intensa entre as principais fabricantes de processadores do mundo, com cada uma tentando conquistar uma fatia da próxima geração de chips de alto desempenho.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo focado em tecnologia.