Apple reserva mais da metade da capacidade de 2nm da TSMC e deixa concorrentes para trás

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A partir do final de 2026, a corrida pelos chips de 2 nanômetros vai esquentar de verdade. Não é só a Apple que planeja lançar seus primeiros processadores com essa tecnologia, empresas como Qualcomm e MediaTek também se preparam para apresentar suas versões e tentar disputar espaço nesse mercado.

A MediaTek, por exemplo, já conseguiu finalizar o design do seu primeiro chip 2nm, um passo importante para se manter competitiva.

O problema é que, segundo relatórios recentes, a Apple já saiu na frente e garantiu uma vantagem difícil de ser alcançada.

A gigante teria assegurado mais da metade da capacidade inicial de produção da TSMC — a maior fabricante de semicondutores do mundo —, além de reservar sozinha uma fábrica inteira em Taiwan só para atender à sua demanda.

Isso significa que os concorrentes vão disputar apenas o que sobrar da produção. Um levantamento anterior já mostrava que a Apple havia garantido quase 50% da produção inicial de chips 2nm, com a fabricação em massa prevista para começar ainda este ano.

Agora, de acordo com o Economic News Daily, essa fatia passou de 50%, o que deve dificultar ainda mais a vida de empresas como Qualcomm e MediaTek.

Alguns anos atrás, por exemplo, os rivais demoraram quase um ano para alcançar a empresa em termos de desenvolvimento de chips, principalmente por causa dos custos altíssimos da produção no processo de 3nm da TSMC, conhecido como N3B.

Só para ter uma ideia, o custo de finalização dos chips da linha Apple M3 foi estimado em cerca de 1 bilhão de dólares. Esse investimento gigantesco é algo que concorrentes como Qualcomm e MediaTek não estavam dispostos a assumir naquele momento.

Com a chegada de versões mais maduras da tecnologia de 3nm, os concorrentes começaram a se sentir mais confortáveis para adotar o processo. Agora, na transição para os 2nm, eles não querem repetir o atraso.

Ainda assim, a Apple segue como cliente prioritária da TSMC: em 2024, a fabricante taiwanesa faturou cerca de 19,4 bilhões de dólares só com a Apple, o que representou 22% de toda a sua receita no ano.

Para a TSMC, vender mais da metade da capacidade de 2nm para a Apple não é problema, já que o peso do cliente é enorme. Mas, ao mesmo tempo, a empresa não quer afastar outros compradores importantes.

Por isso, o plano é ampliar rapidamente a produção. A meta inicial é chegar a 100 mil wafers por mês até 2026 e, com a planta de Arizona em operação total, atingir 200 mil unidades mensais até 2028.

A primeira leva de chips de 2nm para a Apple já está totalmente reservada na fábrica de Baoshan, em Taiwan. Enquanto isso, outra unidade da TSMC, localizada em Kaohsiung, ficará responsável por atender Qualcomm, MediaTek e demais clientes.

Para 2026, a Apple deve lançar quatro novos processadores fabricados com a litografia de 2nm, consolidando ainda mais sua liderança no setor.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo focado em tecnologia.