Rockstar volta a negar perseguição sindical e explica as 34 demissões

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A Rockstar Games voltou a falar sobre a demissão de 34 funcionários — 31 no Reino Unido e 3 no Canadá — após novas acusações de perseguição sindical ganharem força e chegarem novamente ao Parlamento britânico.

A desenvolvedora de Grand Theft Auto VI afirma que as dispensas não tiveram relação com sindicalização, mas com a divulgação e discussão de informações confidenciais da empresa.

As acusações partem dos próprios trabalhadores desligados e do sindicato IWGB (Independent Workers of Great Britain). O tema ganhou ainda mais visibilidade depois que o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, comentou o caso durante uma sessão no Parlamento.

Diante disso, a Rockstar enviou um novo posicionamento ao site IGN, reforçando sua versão e detalhando melhor o tipo de informação que, segundo a empresa, motivou as demissões.

Na declaração inicial, a Rockstar havia informado apenas que os funcionários foram considerados culpados de má conduta grave por compartilharem e discutirem informações confidenciais em um fórum público.

Agora, o estúdio afirma que esse conteúdo incluía detalhes específicos de recursos de jogos ainda não anunciados e em desenvolvimento.

No comunicado completo, a empresa diz que tomou medidas contra um pequeno grupo de pessoas no Reino Unido e em outros países por violarem políticas internas e obrigações legais ao divulgar informações confidenciais em um espaço público.

A Rockstar também nega qualquer ligação entre as demissões e atividades sindicais, classificando essas acusações como falsas e enganosas.

Após essa primeira justificativa, o IWGB, outros membros de sindicatos e funcionários que falaram de forma anônima passaram a contestar a versão da empresa.

Um relatório recente aponta que a Rockstar pode estar tratando discussões sobre mudanças em políticas do Slack, feitas em um servidor do Discord restrito a membros do sindicato, como se fossem vazamento de informações confidenciais.

Segundo essas fontes, esse teria sido o argumento usado para justificar as 34 demissões. O sindicato informou que já entrou com ações legais contra a Rockstar, com base nas provas reunidas até agora e nas acusações de repressão sindical.

Durante a sessão parlamentar realizada na terça-feira, 10 de dezembro de 2025, Keir Starmer confirmou que o governo britânico irá apurar o caso.

O deputado Chris Murray, responsável por levar o assunto diretamente ao primeiro-ministro, declarou que só decidiu tratar do tema no Parlamento após conversar com representantes da Rockstar.

Segundo ele, a empresa não conseguiu convencê-lo de que segue corretamente a legislação trabalhista, o que aumentou suas preocupações sobre possíveis práticas de perseguição a sindicatos. O relatório do IGN também traz novos relatos de Murray sobre uma reunião com a Rockstar.

De acordo com o parlamentar, ao chegar ao estúdio acompanhado dos deputados Tracy Gilbert e Scott Arthur, os três foram informados de que só poderiam entrar no prédio após assinarem um acordo de confidencialidade.

Eles se recusaram a assinar, e a empresa acabou recuando. Murray afirmou que a reunião reforçou suas dúvidas sobre o processo adotado pela Rockstar para demitir tantos funcionários de uma só vez.

Ele disse que saiu do encontro sem garantias de que a empresa analisou o caso com atenção às leis trabalhistas do Reino Unido, sem entender por que as demissões imediatas foram necessárias e, de forma preocupante, sem clareza sobre o que exatamente os 31 funcionários no país teriam feito para justificar esse tipo de desligamento.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo focado em tecnologia.