Em mais um capítulo da polêmica envolvendo a Rockstar e seus funcionários, mais de 200 funcionários da Rockstar North assinaram uma carta enviada à direção da empresa afirmando que a demissão dos 31 trabalhadores foi um "blatant, unapologetic act of vicious union busting", ou "práticas cruéis de repressão sindical" em PT-BR.
As demissões aconteceram no começo de novembro e, logo nos primeiros dias, a Rockstar foi acusada de agir contra a formação de um sindicato dentro do estúdio.
A empresa tentou justificar que os 31 funcionários tinham sido desligados por vazarem informações internas, mas essas alegações foram negadas por colegas que falaram sob anonimato e por reportagens recentes do canal People Make Games, que conversou com funcionários que chegaram a protestar várias vezes na frente do escritório da Rockstar North, em Edimburgo, desde as demissões.
Segundo o Eurogamer, a carta marca mais uma tentativa de pressionar a empresa a reverter as demissões. O texto também reforça que, na visão dos mais de 200 funcionários que assinaram a carta, dos demitidos e do sindicato Independent Workers' Union of Great Britain (IWGB), o que aconteceu não passa de union busting.
Um dos trabalhadores demitidos, que preferiu não se identificar, comentou que "é animador ver tanta gente do nosso time nos apoiando e cobrando respostas da direção".
Ele explicou que, num momento em que a Rockstar quer deixar todos "com medo", seus antigos colegas estão indo "direto à porta do chefe para exigir que nossa voz seja ouvida", sem recuar.
Para quem está acompanhando de perto, o caso está sendo tratado como um ato direto de união contra qualquer tentativa de organização interna.
O funcionário também observou que a Rockstar reúne muitos desenvolvedores talentosos, pessoas que têm participação direta nos jogos que chegam ao público.
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Entre os 31 demitidos, todos faziam parte do grupo que estava construindo o sindicato dentro do estúdio, e muitos deles estavam entre os mais ativos nesse movimento.
O grupo estava perto de alcançar o requisito de 10% de adesão, número necessário para ser reconhecido oficialmente como sindicato.
Esses pontos, somados à forma como as demissões aconteceram, deram ao IWGB aval para concluir que a empresa buscou impedir o avanço da sindicalização.
Além da carta enviada pelos funcionários que continuam na Rockstar, o IWGB abriu uma ação legal contra a empresa depois que a direção se recusou a conversar com representantes do sindicato que estavam falando em nome dos demitidos.








