Funcionários demitidos da Rockstar querem voltar e continuar trabalhando em GTA VI

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O canal People Make Games colocou no YouTube uma entrevista com vários funcionários que trabalharam na Rockstar Games e foram dispensados no início do mês. Desde então, eles vêm protestando na porta da Rockstar North.

Assim que a situação veio a público, o sindicato Independent Workers Union of Great Britain (IWGB) disse que tudo parecia uma tentativa de derrubar o movimento de sindicalização, já que o grupo tinha acabado de conseguir o apoio de 10% da equipe do escritório de Edimburgo para formar um sindicato.

A Rockstar respondeu dizendo que essas pessoas teriam vazado informações num fórum aberto. Os funcionários negam isso e dizem que não receberam nenhuma prova, foram retirados do prédio às pressas e sem chance de se defender.

O criador do vídeo contou que já tinha sido informado previamente sobre o novo sindicato, que seria anunciado em breve, e já estava preparando conteúdo sobre o assunto antes mesmo das demissões acontecerem.

Durante a entrevista, os funcionários falam sobre o choque de serem dispensados dessa forma e também sobre como isso pode prejudicar futuras contratações, porque a empresa colocou "falta grave" como motivo da saída.

Mesmo assim, eles disseram que gostariam de voltar para a Rockstar e continuar o trabalho em Grand Theft Auto VI, que agora está previsto para 19 de novembro de 2026 após mais um adiamento. Bran comentou:

"Se eu tiver 'falta grave' no meu currículo para sempre, isso pesa muito quando eu for tentar outro emprego. Outro ponto é que bate uma vergonha de sair assim. Todos nós ainda queríamos estar lá. A gente quer nossos empregos, quer concluir o que começou. E carregar algo como 'falta grave' pelo resto da vida é algo difícil de explicar."

E o que pode acontecer daqui para frente? Fred, um dos organizadores do IWGB, explicou:

"O foco agora é direto. Queremos que os 31 funcionários do Reino Unido que foram dispensados e os três de Toronto voltem aos seus cargos. O sindicato do Canadá também está ajudando. A gente quer que todos sejam reintegrados. Queremos pagamento completo pelo período em que ficaram fora. Queremos que a empresa seja responsabilizada pela forma como essas demissões foram feitas, porque não houve procedimento e não houve prova. E queremos que a Rockstar siga as leis trabalhistas do Reino Unido daqui em diante."

Ele completa dizendo que a resposta agora depende da Rockstar:

"A gente acabou de entregar nossa reclamação legal. Agora é a Rockstar que precisa responder. Esperamos que tudo se resolva de forma tranquila. Isso foi algo muito grave e, pra falar a verdade, surpreendente. Eu nunca vi algo assim, não só na indústria de jogos, mas em 20 anos acompanhando movimentos sindicais no Reino Unido. Esse é o momento para a Rockstar corrigir isso. Esses trabalhadores só querem voltar e continuar fazendo um jogo que gostam. Se não acontecer, eles já sabem o tamanho da luta pela frente. A opinião pública não está do lado da empresa nessa situação. E nós vamos continuar pressionando legalmente, com manifestações e contando tudo o que esses funcionários passaram."

O momento das demissões chama atenção porque a empresa está na fase mais delicada do desenvolvimento de Grand Theft Auto VI. Normalmente, nenhum estúdio quer perder profissionais experientes nessa etapa final.

Só que o Reino Unido está prestes a aprovar o Employment Rights Bill, uma nova lei que vai dar mais segurança aos trabalhadores a partir do ano que vem, o que tornaria qualquer corte de pessoal mais difícil.

Isso levanta a possibilidade de alguém ter preferido agir antes da mudança de lei. Já o CEO da Take-Two, Strauss Zelnick, comentou ao IGN que o ambiente de trabalho tanto na publisher quanto na Rockstar seria "extraordinário", mas não quis falar sobre as demissões em si.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo com análises confiáveis e focados em tecnologia.