Uma reportagem do canal People Make Games, conhecido por investigar casos dentro da indústria de games, trouxe novos detalhes sobre a demissão de 34 trabalhadores sindicalizados da Rockstar.
O material aponta que o estúdio usou conversas sobre mudanças nas regras internas do Slack, feitas dentro de um servidor privado no Discord, como justificativa para a demissão em massa.
Para quem não acompanhou desde o começo: em 1º de novembro, a Rockstar foi acusada de tentar enfraquecer o movimento sindical ao dispensar 34 funcionários dos escritórios de Rockstar North e Rockstar Toronto.
Cinco dias depois, a empresa negou a prática, dizendo que as demissões aconteceram por "má conduta grave", alegando que essas pessoas teriam "compartilhado e conversado sobre informações confidenciais em um espaço público".
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Enquanto o sindicato IWGB manteve a acusação de que a Rockstar estava tentando desmobilizar o grupo, um funcionário anônimo apareceu no GTAForums contestando a versão da empresa. Esse funcionário disse que tudo não passava de uma tentativa de mascarar uma ação contra o sindicato.
Segundo ele, a Rockstar estaria classificando um servidor do Discord — acessível apenas por empregados da empresa e membros do IWGB — como um "fórum público", usando conversas sobre mudanças internas como se fossem informações sigilosas divulgadas abertamente.
A resposta do sindicato veio rápido, duas ações legais foram abertas contra a Rockstar. Além disso, mais de 200 empregados assinaram uma carta em apoio aos demitidos.
Ocorreram também protestos nas portas dos escritórios da empresa em Edimburgo, Londres e Paris, pedindo a readmissão dos trabalhadores desligados.
O novo levantamento do People Make Games reforça o relato do funcionário anônimo do GTAForums e acrescenta detalhes sobre as mensagens apontadas como base para as demissões.
Um empregado da Rockstar que não é sindicalizado entregou ao canal o teor das conversas e o que foi dito nesse servidor privado.
De acordo com esse relato, as mensagens consideradas como "má conduta grave" — e apresentadas como exemplo de compartilhamento de informação interna em um "fórum público" — tratavam de mudanças feitas nas regras do Slack.
Essas alterações ocorreram em outubro e incluíram o corte de vários canais usados para conversas não relacionadas ao trabalho.
Ao comentar esse "The Slack Purge" no servidor privado criado em 2022 para que sindicalizados pudessem falar sobre condições de trabalho, os empregados entenderam que estavam dentro de um espaço protegido pela legislação do Reino Unido.
Ou seja, não se tratava de vazamento sobre Grand Theft Auto VI ou qualquer conteúdo sensível aberto para qualquer pessoa.
Era um espaço privado, limitado a trabalhadores da Rockstar e membros do IWGB com identidade confirmada. As conversas giravam apenas em torno do ambiente de trabalho.
Mesmo assim, por não ser o canal oficial de comunicação da empresa e por terem citado as mudanças de regras, existe a chance de a Rockstar tentar sustentar na Justiça que isso conta como divulgação de informação interna em um "fórum público".
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Quem vai decidir isso é um juiz, dependendo de como o caso avançar. O que já se sabe é que a situação está bem longe de ter relação com supostos vazamentos ligados ao lançamento de GTA VI.








