A Tesla passou por um dia complicado no mercado financeiro, com suas ações despencando cerca de 15% no fechamento da sessão regular.
O motivo inclui uma combinação de fatores, incluindo a imagem controversa de Elon Musk e um baque nas vendas na China. Mas a situação pode estar mudando, e de um lugar que ninguém esperava.
Para quem não sabe, os últimos dias não têm sido fáceis para a Tesla. Analistas de Wall Street vêm alertando sobre a crescente rejeição à marca, principalmente entre os democratas nos Estados Unidos.
Uma pesquisa recente da Stifel revelou que a percepção dos democratas sobre a empresa atingiu níveis historicamente baixos. Por outro lado, a aceitação entre os republicanos aumentou muito.
Esse cenário está transformando a Tesla em uma peça no tabuleiro da política americana. Enquanto isso, a montadora continua enfrentando uma concorrência brutal vinda da China, principalmente de marcas como BYD, que estão avançando no mercado global com modelos elétricos mais acessíveis.
China’s Passenger Car Association warns that Elon Musk’s foray into politics risks hurting Tesla’s already plunging electric vehicle sales https://t.co/IMMc4N1MUe
— Bloomberg (@business) March 10, 2025
Queda drástica nas exportações na China
Um dos fatores que contribuíram para o colapso das ações da Tesla foi a forte redução nas exportações de veículos elétricos fabricados na China.
Em fevereiro de 2025, a empresa exportou apenas 3.900 carros do país, um número bem menor se comparado aos 30.200 veículos exportados no mesmo período de 2024.
A situação ficou tão séria que a Associação de Carros de Passageiros da China chegou a afirmar que a postura política de Elon Musk pode estar prejudicando as vendas da empresa no país.
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BREAKING: President Trump says he is going to "buy a brand new Tesla tomorrow morning as a show of confidence and support for Elon Musk."
This comes as Tesla stock, $TSLA, has fallen -55% from its all time high. pic.twitter.com/7D5kFZEBXM
— The Kobeissi Letter (@KobeissiLetter) March 11, 2025
O governo chinês não vê com bons olhos a proximidade de Musk com certas figuras políticas dos EUA, o que pode estar afetando diretamente a aceitação dos modelos Tesla no mercado chinês.
A reviravolta inesperada
Quando parecia que a Tesla não teria para onde correr, um nome polêmico entrou em cena, Donald Trump. O ex-presidente dos Estados Unidos declarou que pretende comprar um Tesla novinho em folha "amanhã de manhã".
Essa declaração, vista como um gesto de apoio a Elon Musk, ajudou a melhorar a percepção da empresa entre investidores e apoiadores de Trump.
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Após esse anúncio, as ações da Tesla deram uma leve recuperada, sendo negociadas por volta de US$ 225 na plataforma de negociação Robinhood, um aumento de 1,28% em relação ao fechamento anterior de US$ 222,15.
Mesmo assim, a empresa ainda sente os efeitos da queda brusca e não conseguiu recuperar tudo o que perdeu, até agora.
UBS lowers Tesla PT to $225$TSLA pic.twitter.com/c3uIRHrLZS
— David Tayar (@davidtayar5) March 10, 2025
Perspectivas futuras para a Tesla
Apesar da leve recuperação, o futuro da Tesla ainda é incerto. O UBS, um dos principais bancos de investimento do mundo, reduziu sua projeção para as ações da empresa, fixando um novo preço-alvo de US$ 225.
O analista Joseph Spak, do UBS, apontou que as entregas da Tesla no primeiro trimestre de 2025 devem cair para 367 mil unidades, bem abaixo da previsão anterior de 437 mil.
Segundo Spak, a Tesla pode estar passando por uma desaceleração mais forte do que o esperado. Ele acredita que a empresa precisará de uma campanha promocional agressiva para tentar recuperar o ritmo de vendas até o fim do trimestre.
Além disso, a baixa demanda pelo Model 3 e Model Y, dois dos modelos mais vendidos da Tesla, acende um alerta vermelho para o desempenho da empresa nos próximos meses.
O que esperar daqui para frente?
A grande questão agora é se o apoio de Trump pode ter um efeito duradouro sobre as ações da Tesla. Ou será que essa alta momentânea não passa de um respiro temporário antes de mais dificuldades.
O mercado continua atento aos próximos passos da empresa, especialmente no que diz respeito à concorrência na China e à recepção do público americano diante das polêmicas envolvendo Musk.