Elon Musk resolveu subir ainda mais a barra dos planos da Tesla. Segundo ele, a empresa quer fabricar chips numa velocidade que ultrapasse todas as gigantes de tecnologia que já dominam esse setor, tudo para sustentar a estratégia de inteligência artificial que a companhia vem adotando.
Nas últimas semanas, Musk tem feito comentários bem específicos sobre a estrutura de produção de chips da Tesla. Em uma postagem no X, ele contou que a empresa trabalha há anos no desenvolvimento interno desses componentes e que, agora, segue um ciclo anual, recebendo novas plataformas "a cada 12 meses".
Most people don’t know that Tesla has had an advanced AI chip and board engineering team for many years.
That team has already designed and deployed several million AI chips in our cars and data centers. These chips are what enable Tesla to be the leader in real-world AI.
The…
— Elon Musk (@elonmusk) November 23, 2025
Além disso, ele disse que quer fabricar chips de IA em um volume maior que qualquer outro fabricante. Segundo ele, o nível de produção seria algo nunca visto.
O que não é nenhuma novidade. Em falas anteriores, Musk já citou que pretende chegar a algo em torno de 200 bilhões de chips de IA por ano, impulsionados pelo uso da frota focada no FSD.
O problema é que ninguém sabe direito como um número tão absurdo entraria na prática no ecossistema da Tesla, a menos que Musk tenha algum plano que ainda não revelou.
A empresa vem se expandindo com projetos como Optimus e Cybercab, só que, mesmo somando tudo isso, a demanda por semicondutores continua extremamente distante do que a indústria atual consegue entregar.
Musk fala sobre um "TeraFab" e diversificação de fornecedores
Para lidar com essa limitação, Elon comentou sobre planos "otimistas" envolvendo a construção de um "TeraFab", uma estrutura que daria conta das necessidades projetadas pela Tesla.
Ele também confirmou que a empresa passou a diversificar o fornecimento de semicondutores, recorrendo à TSMC e à Samsung nos chips AI5 e AI6, além de planejar incluir a Intel Foundry nesse processo.
Mesmo com esse reforço externo, Musk acredita que as fabricantes do mercado não conseguiriam chegar ao volume que ele deseja, motivo pelo qual ele considera natural apostar na criação de um sistema próprio de suprimento.
A construção de uma cadeia de produção desse tipo é extremamente complexa. Já comentamos antes o quanto é difícil erguer algo assim, ainda mais para uma empresa como a Tesla, que não tem longa trajetória na área de semicondutores.
Musk vem montando partes desse ecossistema na SpaceX, como já noticiado, mas para atingir o nível de demanda estimado internamente, o único caminho é união com parceiros.
Se a Tesla realmente entrar de cabeça na produção em larga escala, isso pode mexer com a competição entre fabricantes, gerar novas tecnologias e até impactar o ritmo de adoção de IA em carros e serviços.
Além disso, mudanças nesse setor afetam o custo de hardware e infraestrutura, algo que influencia desde montadoras até empresas locais que dependem desse tipo de processamento.








