Xiaomi avisa que celulares vão ficar mais caros em 2026

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A Xiaomi tomou uma atitude rápida num cenário que está ficando cada vez mais complicado para quem fabrica celulares, a empresa garantiu todo o fornecimento de chips de memória que vai precisar em 2026.

Segundo o site chinês Aijiwei, Lu Weibing, presidente do Grupo Xiaomi, contou que a marca assinou um contrato específico para garantir esse abastecimento.

Ele não contou qual empresa fechou o acordo, mas tudo indica que seja a chinesa YMTC. Mesmo assim, a Xiaomi continua comprando memória de Samsung, SK Hynix, Micron, Kioxia e Western Digital.

O problema é que garantir esse estoque antecipado sai caro, e isso deve deixar os celulares da Xiaomi mais caros. A própria empresa, que é conhecida aqui no Brasil por seus telefones Android com excelente custo-benefício, já admite que os preços devem subir bastante.

Como a marca está apostando em modelos cada vez mais premium, acaba tendo mais espaço para repassar essas despesas no valor final. Lu Weibing comentou que essa alta nos preços da memória não é algo passageiro. Ele explicou:

"No passado, era basicamente um grande ciclo de oscilações na indústria de celulares que mexia no preço da memória toda. Mas agora esse movimento vem da procura forte por HBM por causa de IA, o que puxou o custo mundial para cima, algo diferente do que rolava antes."

Essa não é a primeira vez nas últimas semanas que a Xiaomi fala publicamente que o custo da memória está pesando no preço dos aparelhos.

Quando o pessoal criticou o valor do Redmi K90, Weibing chegou a publicar no Weibo que a Xiaomi "não tem como mudar o cenário das cadeias globais, e o aumento dos custos de armazenamento é muito maior do que o esperado e deve continuar subindo".

Na época, a Xiaomi ainda deu um desconto de 300 yuans (cerca de R$ 227,64) na versão base de 12 GB + 512 GB do Redmi K90, o que mostrou que havia uma margem inicial suficiente para aplicar o corte depois.

Enquanto isso, a situação deve ficar ainda mais apertada. A NVIDIA começou a usar chips de memória LPDDR — o mesmo tipo usado em celulares — nos servidores de IA porque consomem menos energia.

Isso vai deixar o mercado de memória ainda mais limitado para fabricantes como a Xiaomi. No Brasil, isso significa que os aparelhos da marca podem chegar com preços ainda mais altos nos próximos anos.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo focado em tecnologia.