SpaceX volta ao básico no Voo 6 e pousa propulsor na água

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Depois de fazer histórica com o Voo 5 da Starship, onde a SpaceX realizou com sucesso a captura do primeiro estágio do propulsor Super Heavy usando sua torre de lançamento, a empresa optou por seguir um caminho diferente no Voo 6.

Desta vez, o propulsor de 232 pés de altura não foi direcionado para a torre. Em vez disso, ele fez um pouso calculado na água.

Essa decisão, que pode parecer um retrocesso à primeira vista, foi baseada em critérios bem definidos e um rigoroso compromisso com a segurança.

O foguete decolou como o planejado, às 16h, horário local, no Texas, marcando mais um passo na jornada de testes integrados da Starship.

Mas, por que a SpaceX preferiu o oceano ao invés da captura ousada que impressionou o mundo no teste anterior e acabou com a brincadeira de que "foguete não tem ré"?

A torre estava pronta, mas o propulsor não

Capturar um propulsor no ar é uma operação extremamente delicada. Para que isso aconteça, a SpaceX avalia diversos fatores, incluindo a integridade estrutural da torre de lançamento e a condição do próprio foguete durante a separação dos estágios.

Dan Huot, um dos apresentadores da SpaceX, informou durante a transmissão que "a torre está pronta para captura. O sinalizador de retorno está definido como verdadeiro", segundo informações do WccfTech.

Porém, mesmo com a torre em condições ideais, o Super Heavy apresentou algumas incertezas técnicas, levando a equipe a decidir pelo pouso na água. A segurança não só da torre, mas também da área ao redor, foi a prioridade.

Manobras e decisões no meio do caminho

Após a separação do estágio superior, o Super Heavy iniciou suas manobras habituais, afastando-se do segundo estágio e reacendendo seus motores centrais para preparar o pouso.

Até este ponto, tudo parecia estar dentro dos conformes. Contudo, durante a fase de avaliação final, a equipe optou por não arriscar a complexa captura com a torre.

Kate Tice, da SpaceX, detalhou a decisão: "Infelizmente, isso significa que não estamos prontos para a captura. Como mencionamos antes, os critérios de compromisso precisam ser rigorosamente atendidos. Neste caso, não houve um passe."

Por que o pouso no oceano?

Apesar da ideia de pousar na água parecer algo atrasado, ela tem um propósito bem definido e é a estratégia mais comum neste tipo de lançamento.

Ao desviar o propulsor para o oceano, a SpaceX pôde observar como o foguete reage em condições controladas, mas menos arriscadas.

Além disso, o pouso aquático permitiu à equipe coletar dados importantes sobre o desempenho do Super Heavy em diferentes cenários.

O pouso em si foi um espetáculo. O propulsor desceu de forma controlada, mantendo-se quase intacto mesmo após o impacto.

Em um momento que misturou ciência e poesia, o gigante de 232 pés flutuou na água, inclinado, como se fizesse uma reverência à exploração espacial. Se deslumbre com as imagens abaixo:

STARSHIP FLIGHT 6 LIFTOFF 03
STARSHIP FLIGHT 6 LIFTOFF 02
STARSHIP FLIGHT 6 LIFTOFF 01
STARSHIP FLIGHT 6 STAGE SEP

O que vem a seguir?

Este voo reforça a abordagem pragmática da SpaceX: falhar de forma controlada para aprender mais rápido e melhorar os próximos lançamentos.

Ao escolher o oceano, a empresa evitou riscos desnecessários enquanto continua avançando em direção ao objetivo maior de criar um sistema de transporte interplanetário confiável.

Nos próximos voos, a SpaceX deve aplicar os aprendizados obtidos com este teste. A expectativa é que as capturas da torre se tornem mais frequentes e bem-sucedidas.