A SpaceX, empresa do bilionário Elon Musk, voltou com tudo nos testes do Starship, seu foguete mais ambicioso até agora.
Depois de um dia de pausa, a empresa fez um novo teste de disparo estático — chamado de static fire — com o foguete que pode ser usado no próximo grande voo, o Starship Flight 9.
O teste aconteceu ontem (1) à noite no Texas. Esse tipo de disparo é rápido e serve para verificar se tudo está funcionando direitinho no foguete sem que ele precise decolar.
O teste feito dessa vez foi mais curto do que o normal, o que mostra que a SpaceX está indo com mais calma, principalmente por causa da segunda etapa do foguete — que é a parte superior responsável por levar a nave até o espaço.
Essa etapa já falhou duas vezes em testes anteriores, o que preocupa bastante os engenheiros. O Starship é um dos foguetes mais poderosos já construídos, com capacidade para levar cargas e até pessoas para a Lua, Marte e além.
Ele tem duas partes. A parte de baixo, chamada Super Heavy, que dá o empurrão inicial, e a parte de cima, que continua o voo no espaço.
A parte de cima, que está dando dor de cabeça para a SpaceX, é uma versão nova e ainda em fase de testes. Ela voou pela primeira vez em janeiro no Flight 7 e novamente em março, mas nas duas vezes acabou explodindo antes de completar sua missão.
Por que a demora para o Flight 9?
Depois do voo do Starship Flight 8, que também terminou em explosão, o ritmo diminuiu. A diferença de tempo entre os voos 8 e 9 está sendo bem maior do que entre os voos anteriores.
Isso mostra que a empresa está sendo mais cautelosa agora, principalmente com a parte superior do foguete. Antes, a SpaceX vinha acelerando os testes.
Por exemplo, entre os voos 5 e 7, os lançamentos aconteceram com menos de dois meses de diferença. Mas agora, para o Flight 9, ainda estão nos estágios iniciais de preparação.
Uma novidade muito interessante é que o Super Heavy usado no Flight 7 será reutilizado no próximo voo. Se isso der certo, será a primeira vez que a SpaceX reutiliza essa parte do foguete, algo que pode reduzir muito os custos das viagens espaciais no futuro.
Reaproveitar um foguete que já voou é um passo enorme na corrida espacial. A SpaceX já faz isso com seus foguetes Falcon 9, e agora quer repetir a dose com o Starship. O sucesso desse reuso pode mudar totalmente o jogo.

O que deu errado nos voos anteriores?
Nos dois testes anteriores (Flight 7 e Flight 8), a parte de cima do Starship falhou. No voo 7, o foguete chegou a subir, mas uma vibração no sistema de combustível causou um incêndio e forçou o desligamento dos motores.
Isso fez com que o foguete explodisse e os destroços caíssem sobre o mar do Caribe. Menos de dois meses depois, a SpaceX tentou de novo com o Flight 8. Mas, infelizmente, o problema se repetiu, a parte superior explodiu antes de completar a subida.
Mesmo com esses fracassos, a SpaceX não desistiu. Nesta semana, a empresa retomou os testes com a segunda etapa do foguete. Primeiro, os tanques foram preenchidos com combustível, o que já indicava que um novo disparo estático estava por vir.
E foi o que aconteceu na madrugada no Texas. Vídeos feitos por moradores da região mostram que o disparo durou cerca de 8 segundos.
Isso ainda não é certeza de que esse foguete será o escolhido para o Flight 9, mas é um passo muito importante. A SpaceX ainda não confirmou se esse mesmo foguete vai voar ou se o teste foi apenas para checar sistemas.
Até o momento, também não se sabe quais são os objetivos específicos dos próximos testes. O que se sabe é que a empresa está buscando corrigir os erros das tentativas anteriores e garantir um voo bem-sucedido em breve.