Durante uma conferência organizada pela Bloomberg, Elon Musk – o famoso empresário por trás da SpaceX e Tesla – resolveu abrir o jogo sobre dois assuntos que vêm chamando muita atenção: a possibilidade da SpaceX fabricar drones armados e os planos para abrir o capital da Starlink, empresa de internet via satélite.
Nos últimos dias, muita gente vem se pergunta se a SpaceX, com toda sua tecnologia avançada, poderia um dia entrar no mercado de armas.
Afinal, a empresa já domina os lançamentos de foguetes no mundo, principalmente com a constelação de satélites Starlink, que leva internet até os cantos mais distantes do planeta.
Mas Elon Musk disse que a SpaceX não tem interesse em fabricar armas ou drones de guerra. Ele explicou que, apesar de receberem muitos pedidos para entrar nesse mercado, a empresa tem recusado todos até agora.
"Atualmente, não vejo a SpaceX entrando no ramo de armamentos," disse Musk. "Não é algo que desejamos. Somos frequentemente procurados para desenvolver esse tipo de tecnologia, mas sempre dissemos não."
Essa fala traz um certo alívio para quem se preocupa com o uso da tecnologia espacial em conflitos militares. Para Musk, a missão da SpaceX é levar o ser humano à Lua, a Marte e melhorar a vida na Terra com soluções como a Starlink.
Para quem não sabe, a Starlink é uma divisão da SpaceX que oferece internet de alta velocidade por meio de milhares de satélites espalhados na órbita da Terra.
A proposta tem funcionado muito bem, principalmente em regiões remotas onde a conexão tradicional não chega. Segundo Musk, essa tecnologia já está ajudando muitas pessoas a sair da pobreza, oferecendo mais oportunidades por meio do acesso à informação.
E aí entra a segunda parte da conversa, o tão falado IPO da Starlink. Para quem não sabe, IPO significa "Oferta Pública Inicial", ou seja, quando uma empresa vende suas ações na bolsa de valores para atrair investidores.
Elon Musk disse que existe a chance da Starlink abrir capital no futuro, mas que não tem pressa. Segundo ele, isso poderia trazer mais recursos financeiros, mas também muitos problemas, como processos judiciais e burocracias que só atrapalham.
"É possível que a Starlink vá para o mercado em algum momento, mas não estou com pressa," afirmou Musk. "Ser uma empresa pública envolve muita dor de cabeça e uma enxurrada de processos que só atrasam tudo."
Críticas aos processos judiciais nos EUA
Musk aproveitou para desabafar sobre um tipo específico de processo que, segundo ele, prejudica muito as empresas nos Estados Unidos: as chamadas ações derivadas de acionistas.
Ele explica que, muitas vezes, escritórios de advocacia usam pequenos acionistas apenas como fachada para entrar com processos gigantes contra as empresas – mesmo que a maioria dos acionistas nem queira esse processo.
"Essas ações são uma piada. Mesmo se todos os acionistas forem contra, o processo continua. Isso precisa mudar," disse o empresário.
Apesar das críticas e dos desafios, Elon Musk continua apostando alto na SpaceX e na Starlink. A empresa está desenvolvendo o foguete Starship, que será o mais poderoso do mundo e tem como missão levar humanos à Lua e, futuramente, a Marte.
Enquanto isso, a Starlink segue crescendo, levando internet rápida e estável a lugares onde ninguém imaginava ser possível. Com isso, Musk quer transformar a forma como o mundo se conecta – sem precisar de cabos ou infraestrutura terrestre complicada.