A SpaceX está passando por um impasse financeiro e operacional com a possibilidade de suspensão dos lançamentos do foguete Starship, que pode custar à empresa cerca de US$ 4 milhões por dia.
A disputa surgiu após um processo movido pela organização ambiental Save RGV, que busca interromper os testes da SpaceX no Texas até que suas preocupações sejam avaliadas pelo tribunal.
A principal questão é o sistema de dilúvio de água utilizado durante o lançamento do foguete Starship Super Heavy, que libera grandes volumes de água para resfriar a plataforma, e o grupo ambientalista questiona o impacto disso.
A SpaceX, em sua defesa, argumenta que uma liminar que proíba temporariamente os lançamentos causaria perdas diárias significativas, colocando em risco projetos importantes.
A empresa aponta que, além dos US$ 4 milhões diários, a paralisação afetaria o lançamento de satélites Starshield e Starlink, bem como o desenvolvimento de um sistema de carga para os militares.
Todos esses projetos são importantes para o fluxo de receita e para o cumprimento de acordos firmados com a Força Aérea dos Estados Unidos e outras instituições.
A SpaceX investiu bilhões em seus projetos Starlink e Starship, e qualquer ordem judicial que atrapalhe os testes geraria prejuízos substanciais, sem chance de recuperar os valores gastos.
Os custos operacionais incluem manter funcionários e instalações na Starbase, onde mais de 1.950 trabalhadores, entre engenheiros, técnicos e contratados, estão envolvidos.
Com uma possível paralisação, a empresa teria que continuar pagando salários mesmo sem trabalho produtivo ou optar por demitir parte da equipe.
Consequências para os contratos e o futuro dos projetos
Além das perdas diárias, a suspensão dos testes também impactaria diretamente a capacidade da SpaceX de alcançar os marcos estipulados em contratos.
Por exemplo, o programa de transporte Rocket Cargo, realizado para a Força Aérea, tem pagamentos de mais de US$ 149 milhões vinculados ao progresso do desenvolvimento do Starship.
Isso inclui etapas como o lançamento e pouso do veículo, que poderiam ser adiados por até oito meses se a ordem de suspensão for mantida. A empresa também alerta para a possibilidade de a NASA cancelar um segundo contrato relacionado ao pouso na Lua.
Esse contrato é parte de um programa mais amplo de exploração lunar, e qualquer atraso nos testes do Starship pode comprometer o cumprimento dos prazos estabelecidos.
A situação atual e os próximos passos
A Save RGV entrou com a ação recentemente, e a decisão sobre o uso do sistema de dilúvio de água ainda está nas mãos do tribunal.
Enquanto isso, a SpaceX aguarda a aprovação da FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA) para o lançamento do Starship Flight 5, programado para ocorrer em breve.
A empresa indicou que a aprovação da licença de lançamento é altamente provável, o que aumenta as expectativas de continuidade das operações, caso a decisão judicial seja favorável.
A SpaceX continua argumentando que a suspensão das operações seria prejudicial não só financeiramente, mas também para o progresso de iniciativas tecnológicas essenciais para a exploração espacial e a defesa nacional dos EUA.