A SpaceX está prestes a fazer história com o lançamento da missão Fram2, marcado para a próxima segunda-feira (7).
Pela primeira vez, a espaçonave Crew Dragon vai sobrevoar os polos da Terra com uma tripulação de quatro pessoas, liderada por um magnata do setor de criptomoedas.
Durante essa jornada, serão realizados experimentos médicos e registros fotográficos em pontos inexplorados. Normalmente, as missões tripuladas e de carga da SpaceX decolam da Flórida e seguem em direção ao leste, próximas à linha do Equador.
Isso acontece porque lançar foguetes próximo ao Equador exige menos esforço para escapar da gravidade terrestre. Mas, para chegar aos polos, o Falcon 9 precisará mudar totalmente sua trajetória e voar para o sul.
Jon Edwards, vice-presidente da SpaceX, explicou que essa missão exigiu modificações no software da Crew Dragon e do Falcon 9 para garantir que a tripulação esteja segura em caso de imprevistos.
A nova inclinação da rota fará com que o foguete decole da plataforma 39A e siga praticamente em linha reta para o sul, atravessando regiões como Flórida, Cuba, Panamá e as áreas a oeste do Peru e do Equador.
Uma das principais preocupações para esse lançamento é a força dos ventos. Se eles estiverem soprando em direção à terra, a SpaceX precisará ter muita cautela para garantir que, em caso de abortagem da missão, a tripulação pouse com segurança na água.

Mudanças no pouso e na recuperação da Crew Dragon
Para evitar riscos e garantir um retorno seguro, a SpaceX teve que aprimorar o software da Crew Dragon. Agora, a nave está programada para ajustar automaticamente sua orientação e ativar os propulsores de forma precisa, garantindo um pouso controlado na água.
Diferente da espaçonave Starliner da Boeing, a Crew Dragon não conta com airbags ou mecanismos de amortecimento para aterrissagens em solo, tornando essencial um planejamento minucioso para um pouso aquático seguro.
Outro ponto que precisou ser ajustado foi a trajetória do retorno do Falcon 9. O estágio do foguete que retorna à Terra costuma ativar seus motores para reduzir a velocidade antes do pouso.
Para essa missão, o Falcon 9 fará apenas uma pequena ignição para pousar em águas internacionais, sobre uma balsa-drone.
A Crew Dragon, que normalmente cai na Costa Leste dos Estados Unidos, dessa vez pousará na Costa Oeste, tornando essa missão ainda mais singular.
Isso acontece porque o compartimento da nave, onde ficam painéis solares, radiadores e outros equipamentos, poderia representar um risco se caísse em uma área diferente.
Para evitar problemas, a SpaceX programou a nave para iniciar a queima de reentrada ainda com esse compartimento acoplado. Como um diferencial para essa missão polar, a SpaceX instalou um terminal Starlink na Crew Dragon.
Isso garantirá uma conexão de internet com velocidade de até 1 Gbps, permitindo que a tripulação se comunique em tempo real, mesmo sobrevoando regiões remotas.
Com todos esses ajustes, a SpaceX se prepara para mais um passo inédito na exploração espacial, abrindo caminho para futuras viagens sobre os polos do planeta.