Um dos pontos que mais chamam atenção no Samsung Galaxy S26 Ultra é o processador escolhido. Em vez do Exynos 2600, a Samsung decidiu usar o Snapdragon 8 Elite Gen 5 da Qualcomm.
Só que esse "poder extra" pode virar um baita problema se a marca não conseguir segurar o calor absurdo que esse chip novo anda gerando.
O OnePlus 15 foi um dos primeiros celulares a usar o Snapdragon 8 Elite Gen 5. E a experiência não foi das melhores, o aparelho chega a esquentar demais com temperaturas que ultrapassam os 50°C em testes pesados, como o 3DMark Wild Life Extreme.
No uso do dia a dia o aparelho até fica ok, graças à câmara de vapor que segura o calor com o dobro da capacidade anunciada pela marca. Mas o problema aparece mesmo quando o chip é levado ao limite.
Nesse cenário, o Snapdragon 8 Elite Gen 5 chega a puxar 22W de energia quando está sob carga pesada — algo que se aproxima do consumo de CPUs de notebooks ultrafinos.
Para se ter ideia, um notebook gamer com Intel Core i9-14900HX costuma ficar em 15W só parado, chegando a algo perto de 62°C — mas aí ele tem uma ventoinha dedicada rodando a 6.000RPM para aguentar o tranco.
O foco da discussão está na arquitetura do Snapdragon 8 Elite Gen 5, que vem com:
- 6 núcleos Oryon Phoenix M Performance rodando a 3,63 GHz
- 2 núcleos Oryon Phoenix L Prime rodando a 4,61 GHz
Alguns atribuíram o superaquecimento à ausência de núcleos de eficiência (e-cores). Só que isso, por si só, não é o problema — o MediaTek Dimensity 9500 também não tem e-cores. A questão está mesmo é na frequência altíssima dos seis núcleos de performance.
Para piorar, um teste interno vazado por uma fonte confiável mostra que o núcleo principal do Exynos 2600 estava com uma frequência apenas 4,6% acima dos núcleos de performance do Snapdragon 8 Elite Gen 5.
Ou seja, o Snapdragon está rodando muito forte nos núcleos mais exigidos. Esse chip da Qualcomm chegou a consumir 19,5W num teste onde o A19 Pro ficou em 12,1W — valores muito acima do comum.
E aí entra a preocupação para quem pretende comprar o Galaxy S26 Ultra. O aparelho deve vir com uma câmara de vapor só 1,2x maior, o que pode não ser suficiente para dar conta de um chip que esquenta tanto.
Como o S26 Ultra será vendido no mundo todo com o Snapdragon 8 Elite Gen 5, sem versões diferentes por região, esse problema com o calor pode dar espaço para o Exynos 2600 aparecer como uma opção mais equilibrada.
O Exynos 2600 abandona os antigos transistores FinFET e passa para a tecnologia GAA (Gate-All-Around). Essa estrutura usa nanosheets horizontais como portas que ficam em volta do canal por quatro lados, o que reduz vazamentos de corrente e melhora a condução elétrica.
Com isso, o chip ganha mais força e usa energia de forma mais ajustada. Ele também é fabricado no processo de 2nm da Samsung, algo que deve ajudar ainda mais no consumo energético. Segundo a própria Samsung, o Exynos 2600 é:
- Até 5% mais rápido que o Exynos 2500 de 3nm.
- Até 8% mais eficiente.
- Ocupa cerca de 5% menos área no chip.
O ETNews informou que o Exynos 2600 já entrega um desempenho sólido graças a recursos como o Heat Pass Block (HPB). A taxa de produção dele também melhorou bastante, passando de cerca de 30% para algo próximo de 60%.
Outro ponto importante veio em um relatório recente do ZDNET, que diz que o Exynos 2600 estaria com rendimento estável e melhorias grandes em eficiência e controle térmico, chegando perto de 30%, além de uma NPU mais forte para tarefas de IA.
Como comentado recentemente, a divisão mobile da Samsung teria negociado um preço bem vantajoso para cada unidade do Exynos 2600 comprada da divisão LSI.
Isso porque o chip seria vendido para o Galaxy S26 e S26+ com um desconto de US$ 20 a US$ 30 em relação ao Snapdragon 8 Elite Gen 5.
Isso pode ajudar a divisão mobile da Samsung a recuperar margem de lucro — e dar um empurrão para que a empresa, no futuro, considere depender apenas dos chips próprios, caso o Exynos 2600 consiga ficar no mesmo nível do Snapdragon 8 Elite Gen 5, mas sem problemas sérios de temperatura.








