Acordo com a Qualcomm obriga Samsung a usar Snapdragon no Galaxy S26 Ultra

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O Snapdragon 8 Elite Gen 5 deve aparecer em cerca de 75% dos aparelhos da linha Galaxy S26 vendidos no exterior, e o Galaxy S26 Ultra será o único modelo que vai usar o chip top da Qualcomm em todas as regiões onde for vendido.

Mas parece que se a Samsung pudesse escolher, ela colocaria seus próprios processadores nos smartphones e economizaria bilhões em produção, mas isso não vai acontecer por enquanto.

Segundo um rumor recente, existe um contrato em andamento e, se a empresa não seguir o combinado, teria de arcar com uma multa pesada para a Qualcomm.

Outro ponto que complica é que o Exynos 2600, chip próprio da Samsung, está saindo das linhas de produção com um volume abaixo do ideal. Esse rendimento baixo só piora a situação.

Ao mesmo tempo, é provável que a Qualcomm tenha trabalhado estrategicamente para aumentar sua presença nos aparelhos da linha, o que acaba deixando boa parte do catálogo futuro da Samsung dependente do Snapdragon 8 Elite Gen 5.

Em 2023, o gasto da marca coreana com chips ficou perto de 9 bilhões de dólares. Esse número só tende a subir, já que a Qualcomm passou a cobrar mais caro pelos seus processadores após migrar para processos de fabricação mais avançados da TSMC e adotar núcleos de CPU desenvolvidos internamente.

O Snapdragon 8 Elite Gen 5 custa algo em torno de 280 dólares por unidade, dependendo da quantidade e outros fatores. Isso significa que o preço do Galaxy S26 Ultra deve subir, já que o Exynos 2600 vai ficar apenas nos outros modelos da linha.

Mesmo com esse custo maior, a Samsung continua firme pegando chips topo de linha da Qualcomm. E existe uma explicação para isso.

No X, o usuário Alex publicou uma captura de tela de uma conversa privada perguntando por que o Galaxy S26 Ultra viria apenas com Snapdragon 8 Elite Gen 5.

A resposta dizia que o acordo com a Qualcomm ainda está ativo, e que a Samsung pagaria uma multa pesada caso encerrasse essa parceria antes da hora.

A conversa não cita quanto seria essa multa, mas o simples fato de o contrato seguir adiante já mostra que sair dele pode custar mais caro do que continuar comprando os processadores Snapdragon.

Somado aos problemas de produção do Exynos 2600, a situação deixa a Samsung em um dilema complicado. Apesar disso, as práticas agressivas da Qualcomm não explicam tudo — outras empresas também alimentam esse cenário.

A Qualcomm atua em um mercado extremamente competitivo e sempre buscou estratégias para se manter entre as líderes. Só que essas escolhas geraram críticas ao longo dos anos, e muita gente enxerga a empresa como "gananciosa".

A relação da empresa com a Apple é bem controversa, além de cobrar caro pelos modems 5G, a Qualcomm ainda recebe uma taxa pelo uso de tecnologias próprias, o que pressionou a Apple a criar o seu próprio modem, o C1.

Hoje, o contrato de licenciamento de modem entre Apple e Qualcomm termina em março de 2027. Isso sugere que a Samsung também deve ter fechado um acordo de vários anos.

Nada impediu a empresa coreana de abandonar completamente a linha Snapdragon e focar 100% nos chips Exynos. O problema é que, historicamente, a Samsung não conseguiu seguir esse caminho de forma consistente.

É exatamente essa dificuldade que abre espaço para empresas como a Qualcomm fortalecerem esse tipo de relação contratual com seus parceiros.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo focado em tecnologia.