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Nova estratégia da NVIDIA pode ter consequências graves no mercado

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A NVIDIA segue acelerando o ritmo no setor de inteligência artificial (IA), mas pode estar exagerando. Com o encerramento do evento GTC 2025, ficou claro que a empresa pretende lançar os chips da linha Blackwell Ultra e a nova arquitetura Vera Rubin em um intervalo cada vez menor.

Essa estratégia pode trazer desafios sérios para a cadeia de produção. Nos últimos anos, a NVIDIA se consolidou como a principal fornecedora de hardware para IA, aproveitando a explosão do setor antes dos concorrentes.

O segredo desse domínio foi a rapidez com que a empresa desenvolveu novas gerações de chips, impedindo que outras fabricantes tivessem tempo de reagir.

Mas, de acordo com o analista Dan Nystedt, essa velocidade pode estar gerando um efeito colateral preocupante: um possível colapso na cadeia de suprimentos.

Em maio de 2024, durante a Computex, a NVIDIA anunciou que aceleraria ainda mais sua linha de produção, passando a lançar novas arquiteturas anualmente.

A intenção era atender à crescente demanda do mercado e, ao mesmo tempo, dificultar a ascensão de concorrentes como a AMD. Porém, esse movimento trouxe desafios consideráveis.

O lançamento da linha Blackwell GB200, por exemplo, foi feito às pressas no quarto trimestre de 2024 e, devido a problemas na fabricação, a quantidade disponível foi limitada.

Esses problemas ficaram evidentes com as dificuldades enfrentadas na produção dos chips Blackwell. As baixas taxas de rendimento atrasaram a distribuição, forçando fabricantes como a Foxconn a reorganizar suas operações. A situação só começou a se normalizar no início de 2025.

Ainda assim, antes mesmo de estabilizar completamente a produção da linha Blackwell, a NVIDIA já confirmou que a nova geração Blackwell Ultra GB300 entrará em fabricação no segundo semestre de 2025, diminuindo o tempo entre gerações de um ano para apenas seis meses.

NVIDIA AI GPU Roadmap

Estratégia de mercado ou risco calculado?

Ao que tudo indica, a NVIDIA quer forçar o mercado a se adaptar constantemente às novas gerações de hardware, mantendo-se sempre à frente da concorrência.

Desde que a AMD lançou a série Instinct MI300, a NVIDIA já colocou três novas gerações no mercado, tornando quase impossível para outras empresas acompanharem esse ritmo.

O problema é que essa estratégia pode gerar um efeito negativo. O setor de tecnologia depende de uma cadeia de suprimentos complexa, e mudanças tão rápidas podem sobrecarregar fabricantes e fornecedores de componentes.

Se as empresas não conseguirem acompanhar essa velocidade, o mercado pode sofrer atrasos e encarecimento dos produtos.

Além disso, há rumores de que a NVIDIA pode adiantar o lançamento da arquitetura Vera Rubin para o primeiro trimestre de 2026, em vez de final de 2026, como previsto inicialmente.

Isso porque a SK Hynix planeja iniciar a produção em massa das memórias HBM4 entre o terceiro e o quarto trimestre de 2025.

Como a NVIDIA é, até o momento, a única empresa confirmada a utilizar esse novo padrão de memória, a expectativa é que o lançamento seja adiantado para evitar desperdício e garantir que a tecnologia seja rapidamente incorporada aos novos chips.

A grande questão é se essa estratégia agressiva vai beneficiar ou prejudicar a NVIDIA a longo prazo. Por um lado, a empresa continua liderando o mercado e impedindo que a concorrência ganhe espaço. Por outro, corre o risco de esgotar sua própria cadeia de suprimentos e comprometer a produção futura.

Seja qual for o resultado, a NVIDIA segue ditando o ritmo da indústria. E, como costuma dizer seu CEO, Jensen Huang: "quanto mais você compra, mais você economiza". Se essa frase vai fazer sentido para o mercado no futuro, só o tempo dirá.