Google demite centenas de funcionários de IA em meio a disputas sobre direitos trabalhistas

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O ano de 2025 tem sido marcado por um crescimento acelerado da inteligência artificial e uma expansão intensa da tecnologia, levando empresas do setor a repensarem totalmente suas estruturas.

Mas esse avanço tem um custo alto, muitas companhias vêm cortando equipes para direcionar recursos ao desenvolvimento de IA.

O Google, que investe pesado em produtos como Gemini e AI Overviews, está seguindo um caminho controverso ao demitir centenas de trabalhadores de IA, gerando debates sobre condições de trabalho e direitos dos funcionários.

Enquanto tenta se consolidar como líder no mercado de inteligência artificial, o Google vem sendo muito criticado, não pelos produtos que entrega, mas pela forma como trata a equipe que os desenvolve.

Segundo reportagem recente da Wired, mais de 200 colaboradores terceirizados envolvidos em projetos de IA, incluindo Gemini e AI Overviews, foram demitidos em agosto sem qualquer aviso prévio.

Esses funcionários eram contratados por empresas de outsourcing e desempenhavam funções importantes para o crescimento da IA da gigante de tecnologia.

Entre as tarefas desses colaboradores estavam analisar respostas da IA, reescrever conteúdos, avaliar materiais e fornecer feedback para garantir que os sistemas funcionassem de forma precisa e eficiente.

A reportagem afirma que mesmo com tanta responsabilidade, muitos funcionários da empresa tinham salários desiguais e condições de trabalho precárias.

Por exemplo, os chamados "super raters", contratados pela GlobalLogic, recebiam entre 28 e 32 dólares por hora, enquanto outros contratados que faziam trabalhos semelhantes ganhavam entre 18 e 22 dólares.

Diversos funcionários relataram falta de estabilidade no emprego e ausência de benefícios básicos. O clima ficou ainda mais tenso quando parte da equipe começou a expressar insatisfação com as condições de trabalho e cogitar a criação de sindicatos.

Segundo relatos, o Google reagiu com alertas a funcionários que usavam redes sociais para falar sobre o ambiente de trabalho. Pouco tempo depois, as demissões começaram de forma repentina.

Quando questionados, alguns receberam respostas vagas sobre a "redução de um projeto". Além disso, alguns membros da equipe relataram que recebiam tarefas irreais, difíceis de serem mantidas, aumentando ainda mais o estresse diário.

Apesar do Google tentar se isentar da responsabilidade direta, alegando que caberia aos contratados e subcontratados cuidar do dia a dia dos funcionários, muitos trabalhadores continuam insatisfeitos e afirmam que as políticas existentes pouco ajudam a melhorar a experiência no trabalho.