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Fundador da TSMC critica decisão da Intel de entrar no mercado de chips

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A entrada da Intel no mercado de fabricação de chips foi um erro estratégico, segundo Morris Chang, fundador da TSMC.

Ele acredita que a empresa estaria em uma posição melhor se tivesse concentrado seus esforços no mercado de inteligência artificial (IA).

Esse comentário, feito em um momento delicado para a Intel, reforça a visão de que a empresa está passando por maus bocados em meio a um cenário competitivo e em constante evolução.

A crítica de Morris Chang à estratégia da Intel

Para Morris Chang, o foco da Intel deveria estar no desenvolvimento de tecnologias e soluções para IA, em vez de competir diretamente no mercado de fundição, onde a TSMC lidera com folga.

Chang questionou a abordagem adotada por Pat Gelsinger, ex-CEO da Intel, que priorizou a expansão dos serviços de fabricação da empresa.

"Não sei se a estratégia era ruim ou se ele não a executou bem... Comparado com a IA, ele parecia se concentrar mais em se tornar uma fundição. Claro que agora parece que deveria ter se concentrado na IA", afirmou Chang em entrevista à Reuters.

Esse posicionamento reflete a realidade atual da Intel que, apesar de seus esforços no mercado de fundição, a divisão Intel Foundry Services (IFS) não conseguiu atrair clientes ou lançar processos tecnologicamente competitivos, como o nó 18A, que, até o momento, parece mais uma promessa distante do que uma solução viável.

Intel 18A Wafer
O Intel 18A, o nó de processo de ponta da Intel Foundry, está a caminho de produção em 2025. Com o RibbonFET e o PowerVia, os clientes da fundição desbloquearão maior escala e eficiência do processador para impulsionar o futuro da computação de IA. (Crédito: Intel Foundry)

A Intel no meio de uma transição turbulenta

A saída de Gelsinger adiciona mais incertezas ao futuro da Intel. Ele era um grande defensor da estratégia de fundição, e sua renúncia inesperada pode sinalizar uma mudança de direção para a empresa.

Ainda sem um novo CEO ou uma estratégia clara, a Intel se encontra em um momento importante de redefinição. Enquanto isso, concorrentes como AMD e NVIDIA dominam o mercado de IA.

Ambas as empresas construíram portfólios robustos e lucrativos, enquanto a Intel luta para ganhar relevância com sua linha de aceleradores de IA Gaudi, que, até agora, teve desempenho inferior ao esperado.

A IA é a sensação do momento no setor de tecnologia e a Intel está ficando para trás

A IA se tornou o grande motor da inovação tecnológica, com aplicações em praticamente todos os setores da economia. A falta de protagonismo da Intel nesse mercado contrasta com o sucesso de seus rivais.

A NVIDIA, por exemplo, consolidou sua posição com soluções de hardware e software integradas, enquanto a AMD avança em projetos específicos que alavancam sua reputação em processadores e GPUs.

Para Chang, a aposta no mercado de fundição foi um desvio de rota. "Atirar para todos os lados" não funcionou para a Intel, e agora a empresa paga o preço por sua estratégia fragmentada.

O futuro da Intel será definido pelo novo CEO

Com o cenário atual, é provável que a Intel precise rever suas prioridades. Uma maior atenção ao mercado de IA poderia ser a chave para retomar sua relevância no setor de tecnologia.

Contudo, isso exigirá mudanças profundas, tanto no modelo de negócios quanto no foco de pesquisa e desenvolvimento. A Intel não pode mais se dar ao luxo de desperdiçar recursos em áreas onde sua vantagem competitiva é limitada.

Além disso, a busca por um novo CEO capaz de traçar uma estratégia coerente e executável será determinante para o futuro da empresa.

A Intel, que já foi sinônimo de inovação, mas agora precisa se reinventar e encontrar seu lugar em um mundo onde IA é a nova fronteira. Será que a empresa conseguirá virar o jogo? Só o tempo dirá.