A Apple está se preparando para fazer mudanças significativas na App Store para se alinhar com as exigências da União Europeia (UE).
A empresa planeja dividir a App Store em duas versões: uma que permitirá o sideloading de aplicativos e outra que manterá o sistema atual.
O sideloading é o ato de baixar aplicativos de fontes externas à App Store, dando aos usuários mais opções, mas comprometendo a segurança.
A mudança é uma resposta à Lei dos Mercados Digitais (DMA) da UE, que visa garantir a concorrência justa e a inovação no setor de tecnologia.
A DMA estabelece que as empresas que atuam como "porteiros" dos serviços digitais devem permitir a entrada de concorrentes e oferecer aos consumidores mais escolhas.
A App Store da Apple é considerada um desses serviços, pois controla a distribuição de aplicativos para os usuários de iPhones e iPads.
A Apple tem até o dia 7 de março de 2024 para cumprir a DMA, caso contrário, poderá enfrentar multas de até 10% de seu faturamento global.
A empresa já se reuniu com a chefe de antitruste da UE, Margrethe Vestager, para discutir a sua obrigação de oferecer lojas de aplicativos de terceiros e a possibilidade de sideloading de aplicativos sob a DMA.
A Apple também deve mudar o FaceTime e a Siri na Europa para cumprir as regras antitruste. A empresa ainda não revelou os detalhes de como será a divisão da App Store em duas.
A empresa poderá oferecer uma loja de aplicativos diferente ou uma nova aba na existente. A empresa também deverá definir parâmetros específicos para os desenvolvedores que quiserem oferecer seus aplicativos fora da App Store.
A empresa terá que garantir a privacidade e a segurança dos usuários, bem como a qualidade e a confiabilidade dos aplicativos.
Impactos desta mudança
Esta mudança poderá ter impactos positivos e negativos para os desenvolvedores e os consumidores que utilizam os dispositivos móveis da Apple.
Por um lado, os desenvolvedores poderão promover seus aplicativos fora da App Store e usar sistemas de pagamento de terceiros, evitando a taxa de 15% ou 30% que a Apple cobra sobre as compras.
Em contrapartida, os desenvolvedores poderão perder a visibilidade e a credibilidade que a App Store oferece, além de ter que lidar com questões técnicas e legais.
Para os consumidores, a mudança poderá significar mais opções e preços mais baixos, mas também mais riscos e confusão.
Os consumidores poderão acessar aplicativos que não estão disponíveis na App Store, como o Fortnite, que foi removido pela Apple após uma disputa com a Epic Games.
No entanto, os consumidores também poderão se expor a aplicativos maliciosos ou fraudulentos, que podem violar seus dados ou danificar seus dispositivos. A Apple ainda não se pronunciou oficialmente sobre a divisão da App Store em duas.
A empresa tem defendido que o seu modelo de negócios é benéfico para os desenvolvedores e os consumidores, pois garante um ecossistema seguro, confiável e inovador.
A empresa também tem argumentado que a App Store não é uma plataforma única, mas sim cinco lojas de aplicativos diferentes, para iPhones, iPads, Macs, Apple TVs e Apple Watches, cada uma projetada para um sistema operacional e dispositivo específico da Apple.
A divisão da App Store em duas é uma das maiores mudanças que a Apple terá que fazer para se adaptar às novas regras antitruste da UE.
A mudança poderá afetar o futuro da App Store e do mercado de aplicativos na Europa e no mundo. Ainda há muitas incertezas e desafios sobre como a mudança será implementada e quais serão as suas consequências. A única certeza é que a App Store nunca mais será a mesma.
Via: Bloomberg, European Commission, 9to5mac