Na última semana, o mundo da tecnologia ficou agitado com mais um capítulo da rivalidade entre os gigantes Apple, Google e Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp).
Durante um evento chamado Stripe Sessions 2025, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, não perdeu a chance de alfinetar a Apple e ainda fez questão de elogiar o chefão do Google, Sundar Pichai.
A provocação veio logo depois de uma decisão judicial nos Estados Unidos que obrigou a Apple a mudar algumas regras da App Store, a loja oficial de aplicativos do iPhone.
Segundo a justiça, a empresa estaria controlando demais as compras feitas dentro dos aplicativos, o que prejudica tanto os desenvolvedores quanto os usuários.
"Tim teve uma semana ruim", diz Zuckerberg
Ao ser questionado sobre o impacto da decisão na Apple, Zuckerberg foi direto: "Tim (Cook, CEO da Apple) teve uma semana ruim".
Ele ainda completou com uma cutucada sutil, dizendo: "Não vou ficar em cima, mas gosto do Sundar", se referindo ao CEO do Google. Ou seja, além de tirar onda com a Apple, Mark deixou claro que prefere o jeito do Google lidar com as coisas.
Apesar de Apple e Google também serem concorrentes, Zuckerberg quis mostrar que a postura da Apple tem sido mais fechada e controladora. Já o Google, na visão dele, é mais "parceiro" do mercado.
Essa fala pode parecer só uma brincadeira, mas ela diz muito sobre como essas empresas estão brigando não só por usuários, mas também pelo controle de como os aplicativos e serviços são oferecidos e vendidos.
A briga antiga entre Apple, Meta e Epic Games
Essa discussão não começou agora. Tudo começou com a Epic Games, criadora do famoso jogo Fortnite, que resolveu confrontar a Apple por conta da taxa que a empresa cobra sobre compras feitas dentro dos apps.
Como resultado, a Apple tirou o jogo da sua loja. Desde então, a briga virou caso de justiça e atraiu outras empresas interessadas em mudanças, como a Meta de Zuckerberg.
Enquanto isso, a Stripe – empresa responsável pelo evento onde Mark falou – também se beneficia das novas regras, já que ela oferece soluções para pagamentos fora da App Store, sem precisar pagar comissão para a Apple. Eles, inclusive, incentivam que outros desenvolvedores façam o mesmo.
Apple e Meta disputam o futuro da realidade aumentada
Mas essa disputa vai além das lojas de aplicativos. Apple e Meta também estão correndo para lançar os seus próprios óculos inteligentes com realidade aumentada (AR).
A Meta deve sair na frente com os novos Ray-Ban Meta, que serão mais acessíveis e populares. Já a Apple está trabalhando em um modelo mais sofisticado, com forte integração de sua IA, o que deve levar mais tempo e investimento.
Mesmo assim, rumores indicam que a Apple pretende lançar ainda este ano o Vision Air, um headset mais barato do que o atual Vision Pro, com o objetivo de tornar a experiência de realidade aumentada mais acessível para o público geral e atrair novos usuários para o seu ecossistema de produtos.
Troca de farpas entre CEOs não é novidade
Essa troca de provocações entre os chefes das gigantes da tecnologia não é nova. Lá atrás, durante as audiências no Congresso dos EUA sobre privacidade e uso de dados dos usuários, Tim Cook já tinha dado uma alfinetada em Zuckerberg dizendo: "Eu não estaria nessa situação", quando questionado sobre os escândalos de privacidade do Facebook.
Agora, com a Apple sendo pressionada pela justiça e com mudanças obrigatórias na App Store, Zuckerberg viu a chance perfeita para devolver a provocação.