Em janeiro de 2007, a LG havia anunciado o primeiro telefone com tela de toque do mundo, o Prada Phone. Os críticos o elogiaram por seu design arrojado e elegante. Ele foi lançado alguns meses depois e se tornou um grande sucesso que superou até mesmo os badalados dispositivos da Apple.
Como pioneira nessa descoberta, a LG Electronics colaborou com marcas fabricantes de smartphones do mundo todo, expandindo as telas de toque capacitiva, essa encontrada em todos os smartphones modernos de hoje.
O Prada Phone da LG chegou ao mercado pouco antes do iPhone original, mas recebeu elogios antes mesmo de o iPhone ser um sucesso, com uma maquete de design inicial ganhando um prêmio iF Product Design em 2006 na Alemanha.
Quando Steve Jobs subiu ao palco, também em janeiro de 2007, na então anual conferência Macworld da Apple com o iPhone nas mãos, ele mudou o mundo e a LG e outras marcas perderam seu destaque no mercado.

O Prada Phone que chegou a custar US $ 777, vendeu mais de um milhão de unidades e teve apenas duas sequências, agora ele já não é mais tão lembrado e caiu nas obscuras curiosidades sobre celulares.
Apesar da LG ter revolucionado o mercado de telefones celulares com suas telas inovadoras, Jobs havia impressionado o mundo com o iPhone, e pouco tempo depois, ninguém mais estava dando o devido valor à LG.
"Fiquei um pouco chateado com Steve Jobs", disse Ramchan Woo, um executivo da LG que inaugurou os telefones principais como o LG G4 e G5, em uma entrevista de 2016
Existem inúmeras razões pelas quais o iPhone persiste e o Prada não. Mas essa interseção no tempo e as rotas amplamente divergentes percorridas pelas duas empresas ilustram as lutas e o percurso irregular que marcou a incursão da LG no negócio de telefonia.
O conglomerado de tecnologia sul-coreano, que responde por quase 4% da economia do país, disse na noite deste ultimo domingo que encerrará sua produção de celulares em julho.
A notícia pegou muita gente de surpresa, a marca estava prestes a lançar um de seus telefones mais interessantes de todos os tempos, o LG Rollable com telas flexíveis.
O fim vergonhoso do negócio de telefones da LG é apropriado, considerando suas duas décadas como fabricante de aparelhos que continuamente tentou e falhou em alcançar outras fabricantes de smartphones.
A empresa nunca capitalizou totalmente o reconhecimento do nome familiar construído em uma família de produtos que inclui televisores, laptops, máquinas de lavar e eletrodomésticos.
Além disso, a marca foi assolada por um complexo de inferioridade que a impediu de cruzar a rival Samsung. Apesar de uma história de inovações ousadas, a LG nunca conseguiu fazer uma diferença significativa no mercado de celulares.
Via: CNET