A Electronic Arts (EA) disse que continuará com total controle criativo caso seja confirmada a compra da empresa por um consórcio formado pelo Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita e pela empresa de capital privado Silver Lake.
O valor estimado da negociação é de cerca de US$ 55 bilhões. No FAQ publicado pela companhia, uma das perguntas abordava se a cultura interna mudaria com a nova gestão.
A resposta adicionada diz que "a EA continuará com controle criativo, e nosso histórico de liberdade criativa e foco nos jogadores seguirá intacto." Outra parte do texto fala sobre o possível impacto dos novos acionistas nas decisões criativas e de negócios.
Segundo a EA, "o consórcio acredita em nossa visão, liderança e no foco em criar jogos, histórias e conteúdos que representem diferentes experiências, entregando tudo isso para nossa comunidade global de jogadores. Eles estão investindo na criatividade que define a EA."
Apesar disso, ainda existem dúvidas sobre o quanto a empresa realmente conseguirá manter sua autonomia após a conclusão do acordo. Só será possível confirmar isso quando a EA lançar seus próximos títulos sob a nova administração.
É possível que nada mude, mas também há o risco de os novos donos interferirem em decisões criativas, algo que já aconteceu em outras parcerias do setor.
Um exemplo curioso observado por quem acompanha a empresa foi o caso de Fatal Fury, que acabou recebendo o jogador Cristiano Ronaldo como personagem — uma decisão que dividiu opiniões.
Posição sobre o uso de Inteligência Artificial
Outro ponto do FAQ chama atenção por contrariar um relatório divulgado recentemente. Quando questionada sobre o uso de Inteligência Artificial (IA) sob a nova gestão, a empresa respondeu:
"Seguiremos com uma abordagem cuidadosa e estável sobre IA. Essa tecnologia é uma ferramenta para ajudar nossas equipes a priorizar a criatividade, repensando fluxos de trabalho e ampliando o poder criativo dos nossos times."
Porém, uma reportagem do Business Insider, com depoimentos de funcionários da EA, mostrou um cenário bem diferente.
Segundo as fontes, a empresa estaria forçando o uso de IA em praticamente todas as tarefas, principalmente em ferramentas voltadas para geração automática de código, o que tem causado muitos problemas técnicos.
Os relatos indicam que os desenvolvedores agora precisam revisar e corrigir manualmente grandes blocos de código criados pela IA, o que acaba tornando o processo mais demorado e complicado.
Antes, os programadores escreviam o próprio código, tentando evitar erros. Agora, precisam lidar com centenas de linhas geradas automaticamente e refazer partes inteiras para manter a qualidade do produto final.
Em certo sentido, isso realmente representa uma "reimaginação" dos fluxos de trabalho, como a própria EA menciona, mas não necessariamente de forma positiva — já que aumenta o retrabalho e a carga sobre as equipes.








