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Japão autoriza criação de embriões humanos com células-tronco

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Um grupo de especialistas do governo japonês aprovou a criação de embriões humanos a partir de células-tronco. Essa decisão pode abrir caminhos para novas soluções no tratamento da infertilidade e doenças genéticas.

As células-tronco usadas nesse estudo são chamadas de células-tronco pluripotentes induzidas (iPS). Elas são feitas a partir de células comuns da pele, que passam por uma "reprogramação genética" para se comportarem como células embrionárias.

Isso permite que elas se transformem em qualquer tipo de célula do corpo, inclusive espermatozoides e óvulos. A ideia é criar embriões humanos em laboratório sem precisar usar embriões já existentes, o que levanta muitas dúvidas éticas.

Com as iPS, os cientistas conseguem dar esse passo de forma mais segura e com menos polêmica. Essa aprovação abre portas para que os embriões sejam desenvolvidos em laboratório por até 14 dias.

Depois disso, eles devem ser descartados. O implante desses embriões em úteros — seja de humanos ou animais — continua proibido.

Até agora, os cientistas só tinham criado células parecidas com óvulos e espermatozoides, mas não podiam seguir adiante. Faltavam regras claras para avançar com esse tipo de pesquisa.

Com essa nova liberação, o Japão abre caminho para entender melhor como tratar a infertilidade e prevenir doenças hereditárias.

Essa decisão pode ajudar casais que não conseguem ter filhos e pessoas que carregam doenças genéticas a encontrar novas formas de tratamento.

Mas nem todo mundo concorda...

Apesar dos avanços, há quem critique esse tipo de pesquisa. Alguns temem que, no futuro, a reprodução humana possa se tornar totalmente artificial, feita por máquinas ou com embriões gerados em laboratório.

Já existem tecnologias que ajudam bebês prematuros a sobreviver fora do útero por mais tempo — e isso levanta ainda mais debates sobre os limites da ciência. Em 2012, os cientistas conseguiram criar ratos saudáveis e férteis usando o mesmo tipo de célula-tronco.

Agora, com o aval do governo japonês, o próximo passo é entender como isso funciona nos seres humanos — sempre respeitando as regras de segurança e os limites éticos estabelecidos.