O Google anunciou sua mais nova ferramenta de saúde que usa inteligência artificial para ajudar as pessoas a identificar problemas de pele, cabelo ou unhas.
Uma prévia da ferramenta foi apresentada peça empresa no evento I/O de ontem (18). A ferramenta será disponibilizada numa versão web ainda este ano.
Como identificar problemas de pele, cabelo ou unhas com esta ferramenta?
Os usuários poderão usar a câmera do telefone para tirar três fotos da área suspeita. Por exemplo, uma erupção cutânea no braço.
Após isso, um formulário com uma série de perguntas sobre o tipo de pele e outros sintomas será exibido. Depois de responder, a ferramenta fornecerá uma lista de possíveis condições de que foi treinada para reconhecer.
Ao todo, a ferramenta é capaz de reconhecer 288 condições anormais. No entanto, segundo o Google, a intenção não é diagnosticar o problema.
De acordo com Karen DeSalvo, diretora de saúde do Google Health, o Google decidiu lidar com doenças de pele usando inteligência artificial por causa de sua prevalência.
"As pessoas estão vindo ao Google para fazer perguntas sobre problemas de pele. Recebemos cerca de 10 bilhões de consultas anuais sobre doenças da pele", disse DeSalvo em entrevista ao The Verge.
A gigante das buscas considerou o alto numero de buscas sobre doenças relacionadas a pele e ressaltou a escassez de dermatologistas em todo o mundo para desenvolver a ferramenta.
Com esta ferramenta, será possível determinar se é algo simples ou se há indicativo de algo mais grave, reduzindo o tempo de pesquisas online.
DeSalvo espera que esta ferramenta possa ajudar as pessoas a obter informações precisas sobre as condições potenciais.
A ferramenta foi treinada com milhões de imagens de problemas de pele, milhares de imagens de pele saudável e 65.000 imagens de ambientes clínicos.
Para sugerir possíveis condições, o modelo leva em consideração fatores como idade, tipo de pele, sexo e raça.
Em testes com cerca de 1.000 imagens de problemas de pele de pacientes, o Google afirma ter obtido um acerto 84% das vezes nas três principais condições. Incluindo a condição correta como um dos possíveis problemas 97% das vezes.
Este novo sistema baseia-se no trabalho anterior do Google usando ferramentas de inteligência artificial para identificar doenças de pele.
A empresa publicou o seu sistema de aprendizado profundo pela primeira vez na Nature Medicine, em setembro do ano passado.
Na época, o documento mostrou que o sistema pode identificar 26 doenças de pele comuns com a mesma precisão dos dermatologistas e mais do que os médicos de cuidados primários.
Em abril, a empresa publicou outro estudo mostrando que o sistema poderia ajudar médicos não dermatologistas a diagnosticar doenças de pele com mais precisão.
O Google também está trabalhando com uma equipe de pesquisa da Universidade de Stanford para testar como a ferramenta funciona em um ambiente de saúde.
A empresa obteve a marca de dispositivo médico Classe I para a ferramenta na União Europeia, classificando-a como um dispositivo médico de baixo risco. Mas, não foi avaliado pela Food and Drug Administration dos Estados Unidos.
Via: Google Blog
