TSMC inicia plano para fábrica de chips de 1,4nm até o fim de 2025, sem usar máquinas da ASML

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A TSMC, maior fabricante de semicondutores do mundo, já confirmou que deve iniciar a produção de wafers de 2 nanômetros até o fim de 2025.

Porém, a empresa não quer parar por aí e já está se preparando para um processo ainda mais avançado: o de 1,4 nanômetro, também chamado de A14.

De acordo com um novo relatório, a companhia pretende começar as etapas iniciais de construção de sua fábrica voltada a essa tecnologia em Taiwan, mas sem depender das caríssimas máquinas High-NA EUV da ASML, conhecidas por serem as mais sofisticadas do mercado.

Em vez de investir nessas novas máquinas, a TSMC planeja usar técnicas complexas de multi-patterning — um método que combina várias exposições para atingir o nível de precisão necessário na fabricação dos chips.

Segundo o jornal Commercial Times, a empresa deve iniciar as obras da nova planta em Taichung até o fim deste ano. A produção em massa, porém, só deve começar na segunda metade de 2028.

Esse cronograma já havia sido mencionado antes e inclui a promessa de que o processo A14 pode reduzir o consumo de energia dos chips em até 30%.

A pesquisa e o desenvolvimento dessa nova tecnologia serão conduzidos na unidade da TSMC em Hsinchu, enquanto o recrutamento de profissionais já começou em Taichung. As licenças de construção para três prédios foram aprovadas em agosto.

Para tirar o projeto do papel, o investimento inicial da empresa deve chegar a cerca de NT$ 1,5 trilhão, o equivalente a aproximadamente US$ 49 bilhões. Grande parte desse valor deve ser destinada à compra de 30 máquinas de litografia EUV em 2027.

De acordo com Dan Nystedt, em uma publicação no X (antigo Twitter), a TSMC não pretende adquirir os equipamentos High-NA EUV da ASML — cada um avaliado em cerca de US$ 400 milhões.

O custo altíssimo é um dos principais motivos dessa decisão. Além disso, a empresa já disse que seus equipamentos atuais são capazes de produzir wafers de 1,4nm em larga escala. Assim, a aposta no multi-patterning parece uma estratégia mais equilibrada entre custo e viabilidade técnica.

Esse método alternativo também tem suas desvantagens. O processo é mais demorado, caro e pode gerar um rendimento inicial baixo — ou seja, menos chips aproveitáveis por lote. Por isso, a TSMC deve adotar uma abordagem de "tentativa e erro" para aperfeiçoar gradualmente a produção.

Ainda assim, a empresa leva vantagem sobre concorrentes como a SMIC, que também usa o multi-patterning para fabricar chips de 5nm, mas não possui a mesma infraestrutura de litografia EUV que a TSMC já domina.

Como a produção em massa dos chips de 1,4nm ainda está a alguns anos de distância, a TSMC tem tempo de sobra para refinar o processo e manter sua liderança na corrida global da miniaturização dos semicondutores.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo focado em tecnologia.