Com o avanço da tecnologia, os jogos digitais estão cada vez mais populares. Isso acontece, em parte, por sua praticidade e pelo fato de que muitas empresas estão abandonando a produção de mídias físicas.
Um exemplo é o Xbox, que parou de fabricar jogos físicos no Brasil. Porém, por mais vantajosa que a compra digital possa ser, ela também trouxe algumas desvantagens que nem todos os jogadores percebem de imediato.
Ao adquirir um jogo digital, o consumidor não está comprando uma cópia definitiva do produto, como se fosse algo que ele pode chamar de "seu" para sempre.
Na verdade, o que se compra é uma licença para utilizar o jogo — um detalhe que muitas vezes passa despercebido por quem está comprando um título em lojas de games online.
E é justamente para esclarecer isso que uma nova lei da Califórnia, com vigência a partir de 2025, obriga as lojas de jogos digitais a apresentar essa informação no momento da compra.
A Steam, a famosa plataforma de distribuição de jogos da Valve, já se antecipou à regra e começou a avisar aos compradores sobre isso.
O aviso no Steam
Agora, sempre que um usuário adiciona um jogo ao carrinho na Steam e segue para o processo de pagamento, um aviso aparece em destaque logo abaixo da opção de pagamento.
O alerta deixa claro que "a compra de um produto digital concede uma licença para o produto no Steam", reforçando a ideia de que o jogador não está adquirindo uma propriedade definitiva.
A mudança, ao que tudo indica, não se limita aos usuários que moram na Califórnia e já está sendo aplicada em escala global. Se você mora em outra região e ainda não viu o aviso, ele provavelmente aparecerá em breve.
A questão da posse de jogos digitais
Essa não é a primeira vez que a questão sobre a posse de jogos digitais está sendo discutida pela comunidade gamer.
Um caso emblemático foi quando a Ubisoft, desenvolvedora do jogo de corrida online The Crew, simplesmente desativou os servidores do jogo, retirando-o das lojas e removendo-o das contas dos jogadores.
Este exemplo abriu um debate entre os consumidores sobre até que ponto eles realmente possui o produto digital que comprou.
No modelo atual, como os jogos digitais são basicamente licenças, as empresas têm o poder de revogar o acesso dos jogadores ao conteúdo.
Isso pode acontecer por diversos motivos, como o fim dos servidores de um jogo online, a perda de direitos autorais ou a decisão unilateral da empresa de encerrar um serviço.
O caso de The Crew ilustra bem essa situação: apesar de terem pago pelo jogo, os jogadores perderam o acesso a ele de forma definitiva.
Qual o impacto disso para o futuro dos jogos digitais?
Com a tendência crescente de digitalização, é provável que mais empresas sigam o caminho da Steam, trazendo avisos explícitos sobre a natureza das compras digitais.
Para o jogador, essa é uma informação importante a ser considerada antes de investir seu dinheiro em um produto que pode não estar disponível para sempre.
O mercado de jogos digitais ainda está em evolução, e o diálogo sobre a posse de conteúdo digital provavelmente continuará ganhando força.
Enquanto isso, os consumidores precisam estar cientes dos termos e condições das plataformas, para que possam tomar decisões informadas ao comprar seus jogos.