Roteirista de GTA descarta jogo da franquia fora dos EUA; Entenda

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Até hoje, GTA: London 1969 é o único título da franquia Grand Theft Auto que se passa fora dos Estados Unidos. Desde o lançamento, se especula que a Rockstar Games algum dia voltaria a Londres ou exploraria outras partes do mundo em novos jogos da série.

Mas, segundo Dan Houser — roteirista responsável por praticamente todos os jogos da franquia até GTA V — isso dificilmente vai acontecer.

Em uma conversa com o podcaster Lex Fridman, Houser explicou que o universo de GTA está profundamente ligado à cultura americana.

"A gente fez um joguinho em Londres há 26 anos, GTA London, para o PS1. Foi bem divertido, era o primeiro pacote de missões do PlayStation. Mas, quando pensamos em um GTA completo, sempre chegamos à conclusão de que há muito da cultura americana dentro da identidade do jogo. Seria difícil fazer funcionar em Londres ou em qualquer outro lugar. Precisávamos de armas, de personagens exagerados, e tudo isso parecia muito ligado aos Estados Unidos — talvez até de um ponto de vista de quem vê de fora. Mas era justamente isso que fazia o jogo funcionar, e em outro país não seria o mesmo."

Mesmo tendo deixado a Rockstar Games no início de 2020, depois de 22 anos de trabalho, Houser ainda conhece bem a forma como o estúdio pensa.

Então, mesmo que ele não tenha mais voz nas decisões, sua visão mostra o quanto o DNA da série está enraizado na "Americana" — aquele estilo de vida, cultura e exagero típicos dos EUA que servem de base para as histórias e personagens de GTA.

Durante a entrevista, Houser também revelou qual personagem mais gostou de criar: Niko Bellic, de GTA IV. Segundo ele, Niko era o mais sincero e "gente boa" de todos.

Ainda assim, ele também citou CJ, de San Andreas, e Michael De Santa, de GTA V, como personagens marcantes — por causa das atuações dos dubladores, que ajudaram a dar vida e personalidade a cada um deles.

Ao ser questionado sobre o avanço da inteligência artificial e o uso de modelos de linguagem (como os sistemas de IA que geram textos), Houser disse não se preocupar.

Ele acredita que essas ferramentas até conseguem criar conteúdo "ok", mas nada realmente criativo ou original. Para ele, a "mágica" da escrita está justamente na capacidade humana de criar ideias novas e surpreendentes — algo que, segundo ele, a IA ainda não consegue fazer.