Strauss Zelnick, CEO da Take-Two Interactive — empresa dona da Rockstar Games — disse que a inteligência artificial ainda está longe de criar um bom jogo da série Grand Theft Auto.
Durante o Technology Executive Council Summit da CNBC, realizado em Nova York no dia 28 de outubro, ele explicou que os sistemas de IA atuais não têm o que faz a diferença em jogos desse nível: a criatividade.
Zelnick falou sobre o uso de IA no desenvolvimento de jogos e explicou que, apesar de ela ajudar em tarefas técnicas e repetitivas, há um limite.
Segundo ele, deixar que a IA crie uma propriedade intelectual do zero traria problemas não só para proteger ideias originais, mas também para respeitar direitos autorais de outras empresas.
Mesmo que não existissem restrições legais, a IA ainda não conseguiria entregar algo de qualidade comparável ao padrão que GTA tem atualmente.
Se a gente apertasse um botão amanhã e criasse algo equivalente ao plano de marketing de Grand Theft Auto, a resposta seria não. Primeiro, porque isso ainda não é possível, e segundo, porque o resultado não seria bom. Seria algo bem genérico", disse o executivo.
Para Zelnick, o que trava a IA é justamente a falta de criatividade. Ele explicou que esses modelos trabalham com previsões baseadas em dados antigos, o que funciona bem em áreas técnicas, mas não na criação de universos complexos e originais como os que a Take-Two constrói.
"A equipe é incrivelmente criativa, e o que a Rockstar Games busca — e vem conseguindo entregar repetidas vezes — é algo que chega perto da perfeição. Nenhum modelo de IA tem criatividade real, porque tudo é movido por dados", afirmou.
Apesar do ponto levantado pelo CEO, a indústria de games ainda está dividida sobre o papel da IA. A EA, por exemplo, incentiva fortemente seus funcionários a usarem ferramentas de IA em praticamente todas as etapas de produção, desde a programação até os testes de qualidade.
Já nomes consagrados como Masahiro Sakurai, criador de Super Smash Bros., e Hideo Kojima, responsável por Metal Gear e Death Stranding, veem a IA como uma aliada para tornar o desenvolvimento de grandes jogos mais sustentável e até como uma forma de expandir o potencial criativo das equipes.
O debate mostra que, mesmo com todo o avanço da tecnologia, ainda existe uma diferença entre gerar conteúdo automaticamente e criar algo genuinamente original e marcante — algo que, por enquanto, continua sendo tarefa dos humanos.








