Reino Unido enfrenta onda de calor histórica e cientistas alertam: "é apenas o começo"

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O Reino Unido está enfrentando uma onda de calor extremo nunca antes vista com temperaturas que podem chegar aos 40 graus Celsius, cerca de mais de 104 graus Fahrenheit.

De acordo com o serviço nacional de meteorologia do Reino Unido, Met Office, esta é a primeira vez que a nação registra uma previsão de temperaturas tão altas e emitiu um alerta de calor "Red Extreme" para partes da Inglaterra.

O alerta foi emitido ontem (18), quando houve os primeiros registros de temperaturas que chegaram aos 40 °C em partes do Reino Unido, e deve durar até o fim do dia de hoje (19).

Os meteorologistas ainda alertaram para o nível de risco sem precedentes que o Reino Unido pode enfrentar com o calor extremo e que a nação deve se preparar para o calor perigoso, que ocorrerá com muito mais frequência.

"Esperávamos não chegar a essa situação", disse o cientista de atribuição climática do Met Office, Nikos Christidis, em um comunicado à imprensa.

"A mudança climática já influenciou a probabilidade de extremos de temperatura no Reino Unido", acrescentou.

Segundo Christidis, as mudanças climáticas aumentaram a probabilidade de os dias de temperaturas que podem atingir os 40 graus no Reino Unido serem mais comuns em 10 vezes "sob um clima natural não afetado pela influência humana".

Em 2019, o Reino Unido havia registrado uma temperatura recorde de 38,7 °C no Jardim Botânico de Cambridge, Inglaterra. Este tipo de calor pode apresentar cada vez mais riscos a vida das pessoas.

Esta semana, a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido emitiu seu alerta mais alto para a saúde em virtude do calor extremo na região.

Segundo a agência, "doença e morte podem ocorrer entre os aptos e saudáveis, e não apenas em grupos de alto risco". Outras partes da Europa também estão enfrentando calor extremo com risco de aumento nos incêndios florestais.

O Reino Unido é uma região região tipicamente fria, o que pode trazer grandes desafios a população local para se adaptar a um tipo de clima diferente e mais quente.

"Pode ser difícil para as pessoas tomarem as melhores decisões nessas situações, porque nada em sua experiência de vida as levou a saber o que esperar", disse Penny Endersby, executiva-chefe do Met Office.

"Aqui no Reino Unido, estamos acostumados a tratar um período de calor como uma chance de ir brincar ao sol. Este não é esse tipo de clima. Nossos estilos de vida e nossa infraestrutura não estão adaptados ao que está por vir", acrescentou.

Atualmente, menos de 5% das casas na Inglaterra tem ar-condicionado. Historicamente, nessa época do ano o país registra altas temperaturas médias em 23 °C, o que praticamente descarta o uso desses eletrônicos na região.

"É hora de o Reino Unido parar de pensar em si mesmo apenas como um país frio, onde qualquer raio de sol de verão é celebrado como uma oportunidade para visitas à praia e sorvetes", Bob Ward, diretor de políticas e comunicações do Grantham Research Institute sobre Mudança Climática e Meio Ambiente.

"Devemos nos adaptar e fazer um trabalho melhor para nos proteger, principalmente aqueles que são mais vulneráveis ​​ao clima quente", acrescentou.

Embora o Reino Unido tenha registrado um clima com temperaturas recorde no últimos dias, o Met Office afirma que a nação enfrentará temperaturas ainda mais altas.

De acordo com o Met Office, temperaturas que ultrapassam os 40 °C ainda é uma raridade no Reino Unido - algo que normalmente só acontece a cada 100 a 300 anos.

Mas até 2100 isso pode mudar, e provavelmente muitos jovens e crianças de hoje que moram no Reino Unido, terão um verão com um calor escaldante a cada 15 anos, alertam os cientistas.

Via: Met Office