Apple perde processo coletivo no Reino Unido e pode ter que pagar R$ 10,7 bilhões

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A Apple vem sendo derrotada na justiça em casos relacionados ao controle da App Store, e a mais recente aconteceu no Reino Unido. O tribunal responsável decidiu contra a empresa em um caso que pode afetar milhões de usuários de iPhone e iPad.

Em janeiro de 2025, a pesquisadora britânica Rachel Kent entrou com um processo no Competition Appeal Tribunal, representando cerca de 20 milhões de usuários de iPhone e iPad no Reino Unido.

O objetivo era questionar práticas da Apple que limitam a concorrência na distribuição de aplicativos e compras dentro de apps. Kent argumentou que:

  • A Apple fatura muito ao bloquear a concorrência no App Store e nas compras dentro dos apps.
  • A empresa impõe regras restritivas para desenvolvedores, enquanto cobra comissões consideradas excessivas.
  • No final das contas, os consumidores são quem acabam pagando por essas práticas.

O tribunal parece ter concordado com o ponto central do argumento de Kent e decidiu contra a Apple. Com isso, a empresa pode ter que pagar cerca de GBP 1,5 bilhão (aproximadamente R$ 10,7 bilhões), valor que Kent reivindicou como compensação pelo comportamento monopolista da Apple.

A Apple já disse que vai recorrer da decisão, alegando que o tribunal teve uma visão "equivocada sobre o mercado de apps, que continua competitivo".

Curiosamente, este foi o primeiro caso do tipo "class action" no Reino Unido, inspirado nos processos coletivos comuns nos Estados Unidos.

Apple enfrenta processos semelhantes em várias partes do mundo

Na União Europeia, a Apple passou a permitir que usuários instalem lojas de apps de terceiros, em cumprimento à Digital Markets Act da UE.

Nos Estados Unidos, no caso Epic vs Apple, a empresa foi obrigada a permitir métodos de pagamento externos e a reativar o Fortnite da Epic.

Mesmo cumprindo a ordem, a Apple tentou continuar cobrando comissão sobre essas transações. O juiz do caso pediu que a empresa cessasse a cobrança, sob risco de sanções e até processos criminais.

Atualmente, Apple e Epic voltaram à justiça americana, com a Apple argumentando que o juiz foi além do que sua decisão de 2021 determinava.

Essa situação abriu um precedente que já inspira consumidores e desenvolvedores em outros países. Por exemplo, na Austrália, a Epic pediu autorização para que seus apps fossem instalados fora da App Store sem cobrança de comissão.

Na China, a App Store também está sob investigação por antitruste. A acusação afirma que a empresa mantém monopólio sobre distribuição de apps e métodos de pagamento na China, mesmo permitindo pagamentos fora da loja e lojas de apps de terceiros em outros mercados.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo focado em tecnologia.