A Tesla divulgou seu relatório de ganhos para o segundo trimestre, revelando um lucro líquido de US $ 3,1 bilhões em uma receita total de US $ 24,9 bilhões.
Essa impressionante marca representa um crescimento notável de 47% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a receita foi de US $ 16,9 bilhões.
No entanto, as margens brutas da empresa apresentaram uma queda contínua pelo segundo trimestre consecutivo, atingindo 18,2%. Isso indica que a estratégia de cortes de preços da Tesla continua impactando seus resultados.
A empresa registrou uma redução nas margens brutas de 5,6% trimestre a trimestre e 27% em relação ao mesmo período do ano passado, deixando os investidores em alerta.
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Mas apesar dos investidores demonstrarem alguma preocupação em relação às margens de lucro da Tesla, a empresa entregou 466.140 veículos aos clientes nos últimos três meses.
Essa quantidade representa um aumento de 83% em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Essa preferência dos consumidores pelos veículos Tesla é, em parte, impulsionada pelos cortes de preços que a empresa implementou.
Com essa estratégia, os veículos têm sido adquiridos com rapidez, chegando ao ponto do Tesla Model Y se tornar o veículo elétrico mais vendido do mundo, consolidando-se como um marco na indústria automotiva.
Os cortes de preços da Tesla também tiveram um efeito dominó na concorrência, forçando outras montadoras a adotar estratégias semelhantes. A Ford, por exemplo, reduziu os preços do Mustang Mach-E e do F-150 Lightning.
No entanto, essa resposta das concorrentes também resultou no aumento dos níveis de estoque, o que pode ser interpretado como um sinal de que a demanda por veículos elétricos começou a diminuir.
Em uma conversa com investidores, o CEO da Tesla, Elon Musk, reconheceu a magnitude dos números alcançados, mas também projetou uma possível queda na produção no terceiro trimestre, devido ao fechamento temporário das fábricas para atualizações.
"Acho que esta é uma conquista incrível da equipe da Tesla e apenas um enorme obrigado aos nossos clientes por seu apoio", disse Musk.
"Isso ocorreu apesar das altas taxas de juros e de muita incerteza macroeconômica", acrescentou.
Musk aproveitou a ocasião para falar sobre as recentes expansões da Tesla, incluindo o aumento da produção em sua fábrica em Austin, Texas, onde o tão aguardado Cybertruck teve seu primeiro modelo produzido há poucos dias.
Além disso, a empresa tem planos de inaugurar outra fábrica em Monterrey, no México. Outra vitória significativa para a Tesla foi a adoção do seu padrão de carregamento norte-americano para veículos elétricos pelas montadoras tradicionais.
A Ford foi a pioneira nessa mudança, seguida por GM, Rivian, Polestar, Volvo, Mercedes-Benz e Nissan. Essa padronização do sistema de carregamento, conhecido como NACS, tem o potencial de se tornar o padrão em toda a América do Norte.
Musk também forneceu atualizações sobre o tão esperado Cybertruck, revelando que a picape terá menos de 19 pés de comprimento, sendo compacta o suficiente para caber em uma garagem de 20 pés.
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Além disso, ele forneceu informações sobre o controverso software Full Self-Driving da empresa, mencionando que a Tesla está em negociações com outra montadora para licenciar sua tecnologia de assistência ao motorista.
Como de costume, Musk expressou otimismo em relação à capacidade da Tesla de alcançar veículos totalmente autônomos, prevendo que o sistema será "melhor que um humano" até o final de 2023.
Musk já fez algumas previsões ousadas sobre direção autônoma no passado, e embora possa haver incertezas, o progresso da empresa até o momento é notável e tem chamado muito a atenção pela sua eficiência.
Via: The Verge