Nos próximos meses, quem pensa em comprar um SSD ou até mesmo um HDD pode levar um susto no bolso. Grandes fabricantes de memória e armazenamento já estão se movimentando para reajustar os preços, e a previsão é de que os aumentos cheguem a até 30%.
Esse aumento será justificado pela explosão da inteligência artificial (IA) e a corrida dos data centers para expandir sua capacidade de processamento e armazenamento.
Segundo informações da cadeia de suprimentos divulgadas pelo site DigiTimes, empresas como Western Digital, SanDisk e Micron estão limitando cotações e preparando grandes aumentos.
A justificativa é de que com a IA crescendo em ritmo acelerado, os data centers precisam de quantidades cada vez maiores de espaço para armazenar e processar dados — e quem fornece essa base tecnológica são justamente as fabricantes de NAND, o chip presente nos SSDs.
A Western Digital já confirmou mudanças na sua política de preços. A SanDisk deve aplicar aumentos em torno de 10%, enquanto a Micron pode chegar a 30% — ainda que oficialmente não tenha comunicado isso aos clientes.
Isso significa que tanto o mercado corporativo (servidores e nuvem) quanto o consumidor comum (gamers, profissionais de vídeo, criadores de conteúdo) devem sentir o impacto nos próximos meses.
Para entender a lógica por trás desse aumento, basta olhar para a forma como a IA generativa e os modelos de linguagem (LLMs) funcionam. Essas tecnologias precisam de bancos de dados gigantescos para serem treinadas.
E onde esses dados ficam armazenados? Em sistemas de armazenamento corporativo, que utilizam principalmente SSDs de alto desempenho e também HDDs, que servem como armazenamento frio para dados brutos.
Com a rápida expansão da capacidade de computação dos data centers em todo o mundo, cresce também a necessidade de armazenamento robusto e escalável.
As fabricantes de NAND viram nessa demanda uma oportunidade para recuperar margens de lucro, já que, até pouco tempo atrás, o setor estava em crise devido à queda nas vendas para consumidores finais.
Os HDDs não utilizam NAND e, por isso, não vão sofrer diretamente com o aumento no custo desses chips, mas eles também devem subir de preço.
Isso acontece porque a procura por armazenamento em massa cresce junto com o mercado de IA. Ou seja, mesmo que o aumento não seja tão agressivo quanto nos SSDs, a tendência é que o consumidor sinta a diferença no bolso.
Com os reajustes já sendo aplicados pelos principais fornecedores, a chance de queda no curto prazo é mínima. Em 2024, o mercado de NAND passava por uma fase difícil, com baixa demanda e margens de lucro reduzidas.
Agora, em 2025, a realidade é completamente diferente, a corrida da inteligência artificial mudou o jogo, e quem depende de armazenamento digital vai sentir o reflexo disso.
- Leia também: Preços de SSD e HDD podem disparar em breve