Intel perde líder de IA para a OpenAI criando novo clima de instabilidade dentro da empresa

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A Intel passou por uma mudança importante nos últimos dias. Sachin Katti, que era o CTO e líder de IA da empresa, decidiu sair e já aparece no time da OpenAI.

Ele vai atuar diretamente na parte de infraestrutura que sustenta os sistemas da companhia, algo que ajuda a construir o caminho da OpenAI em direção ao AGI.

Mas o que mais chama atenção é o momento em que essa saída aconteceu, já que a Intel vive uma fase instável por dentro. Desde que Lip-Bu Tan assumiu o comando da Intel, a empresa vem passando por grandes ajustes.

Uma dessas escolhas foi colocar Sachin como responsável por coordenar a estratégia de IA e orientar os próximos passos nessa área.

Ele era uma das figuras mais presentes quando o assunto era a volta da Intel para a disputa no setor de inteligência artificial. A última aparição dele foi no Intel Tech Tour, quando explicou o plano para recolocar a empresa na corrida da IA.

Apesar disso, poucos meses depois de assumir o cargo, Sachin Katti confirmou que agora faz parte da OpenAI, onde vai "desenhar e construir a infraestrutura de computação" da companhia, segundo o que foi divulgado.

Enquanto isso, a função que ele ocupava na Intel deve ficar nas mãos do próprio CEO, Lip-Bu Tan, segundo a CRN. Essa mudança aumenta a incerteza sobre o que vem pela frente para a Intel, já que a maior parte dos anúncios feitos no ITT eram ligados justamente à estratégia liderada por Sachin.

Foi ele quem apresentou o Crescent Island, um hardware voltado para tarefas de inferência em IA, com 160 GB de memória e foco em consumo mais baixo.

Agora resta saber se Lip-Bu Tan vai seguir a mesma linha, porque a saída de alguém que cuidava diretamente da estratégia tende a influenciar o ritmo interno. A área de IA dentro da Intel já vinha sofrendo com resultados fracos desde a popularização dessa tecnologia.

Na época do ex-CEO Pat Gelsinger, a empresa apostou de forma mais forte em soluções de inferência, mesmo quando o mercado ainda estava mais voltado para modelos de treinamento.

E agora, quando a demanda por inferência cresceu muito, a Intel ainda não chegou com uma solução realmente sólida. Isso aumenta a dúvida sobre o que a empresa vai conseguir lançar no curto prazo.

Existe um cronograma de lançamentos previsto para cada ano — e Jaguar Shores é o próximo — mas com a saída de Sachin Katti e de outros executivos de várias áreas, o clima de confiança dentro da empresa parece baixo.

Por enquanto, o foco principal da Intel está em manter seus investidores mais seguros, algo que vem sendo trabalhado por meio de acordos com a NVIDIA, com a SoftBank e com o governo dos Estados Unidos.

Mesmo assim, quando o assunto é mercado consumidor e setor de IA, a empresa ainda não conseguiu acompanhar o ritmo das concorrentes.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo com análises confiáveis e focados em tecnologia.