Google é criticado por anúncio da Gemini AI nas Olimpíadas 2024

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O Google está recebendo uma enxurrada de críticas por um de seus anúncios nas Olimpíadas deste ano. Após dias de reações negativas, a empresa optou por retirar o polêmico anúncio "Dear Sydney" da programação olímpica.

No anúncio de 60 segundos, um pai tenta escrever uma carta de fã em nome de sua filha para a estrela do atletismo dos EUA, Sydney McLaughlin-Levrone.

A ideia parece ser aquele tipo de anúncio emocionante que vemos durante os Jogos Olímpicos, mas a história toma um rumo inesperado. Em vez de ajudar a filha a escrever a carta, o pai pede para a Gemini AI fazer isso.

Ao pedir a carta ao chatbot do Google ele emite o comando "Tem que ser perfeito", mencionar que sua filha pretende quebrar o recorde do atleta e adicionar uma piada no final.

O anúncio recebeu duras críticas nas redes sociais

Muitos usuários nas redes sociais disseram que o anúncio perdeu completamente o significado de escrever uma carta de fã, que é criar uma conexão de coração para coração, sendo vulnerável e expressando o impacto que o ídolo teve em sua vida.

Alexandra Petri, colunista do Washington Post, escreveu que sua vontade é "jogar uma marreta na televisão toda vez que assiste".

Outros criticaram o anúncio por incentivar a escolha do caminho mais fácil em vez de promover a autoexpressão da própria pessoa.

Em uma declaração para a imprensa, o Google reconheceu o feedback negativo, mas negou que o comercial tenha a intenção de sugerir que a Gemini AI poderia substituir completamente os humanos.

O objetivo era "mostrar como o aplicativo Gemini pode fornecer um ponto de partida, um iniciador de ideias ou um rascunho inicial para alguém que procura inspiração para escrever".

Outras empresas também já foram criticadas por seus anúncios de IA

Esse incidente não é a primeira vez que uma grande empresa de tecnologia tem que lhe dar com a repercussão negativa ao tentar apresentar o poder da IA em um anúncio.

Alguns meses atrás, a Apple também foi criticada pelo anúncio "Crush", que mostrava uma prensa hidráulica esmagando ferramentas criativas em um novo iPad, gerando medo de que a IA substituísse o trabalho de escritores, artistas e outros criativos.

O problema central é que as empresas de tecnologia ainda não sabem ler o ambiente em relação à IA. Com o anúncio "Dear Sydney", a questão não é a IA roubando empregos, mas sim a necessidade humana por conexão autêntica.

O que torna uma carta de fã especial é o fato de alguém ter tirado um tempo para expressar o quanto o trabalho do ídolo significou para ele com algo que saia da sua própria cabeça.

Não é difícil imaginar que McLaughlin-Levrone ficaria mais tocada com uma carta genuína de uma criança, com erros de digitação e gramática, do que com uma mensagem perfeita gerada por uma IA.