A Walt Disney Company perdeu seu "Status Fiscal Especial" na área de Orlando, EUA, por se opor a uma nova lei do estado da Flórida que os críticos chamam de "Don't Say Gay", trazido como "Não Diga Gay".
O governador da Flórida, Ron DeSantis, assinou nesta sexta-feira (22) um projeto de lei que retira todos os privilégios fiscais da Disney no estado, após a empresa se opor a lei considerada anti-LGBTQIA+.
A medida está sendo amplamente vista como uma retaliação contra a empresa por suas críticas à lei estadual "Não diga gay" e pode fazer com que ela perca suas participações imobiliárias na área.
A lei SB 1834 Parental Rights in Education criada por políticos conservadores da Flórida, proíbe os educadores de falar sobre "orientação sexual ou identidade de gênero" nas séries primárias e permite que os pais processem as escolas se um professor tocar no assunto.
No mês passado, os funcionários da Disney protestaram contra o silêncio da empresa em relação ao projeto de lei SB 1834, considerando isso uma forma de não apoiar sua comunidade LGBTQIA+.
A Disney então emitiu um comunicado falando que seu "objetivo como empresa é que esta lei seja revogada pelo legislativo ou derrubada nos tribunais, e que continua comprometida em apoiar as organizações nacionais e estaduais que trabalham para conseguir isso".
Isso comprometeu a relação entre a Disney e o governo da Flórida liderado pelos republicanos e pode trazer enormes implicações fiscais para a empresa que transformou Orlando em um dos destinos turísticos mais populares do mundo.
Isso por que os republicanos da Flórida tomaram medidas rápidas para encerrar o status fiscal especial da Disney, após o seu posicionamento contra a lei Don't Say Gay.
O projeto de lei que retira os privilégios fiscais da Disney foi votado pela Câmara do Estado da Flórida na quinta-feira (21), com 68 votos a favor contra 38, levando o projeto ao Senado.
Na sexta-feira (22), o projeto foi aprovado pelo Senado Estadual por 23 a 16. Com isso, a Disney perdeu todos os distritos fiscais especiais na Flórida que foram criados desde 1968, até que a lei permaneça em vigor.
Isso inclui a perca do Reedy Creek Improvement District que a Disney controla há 55 anos, além de outras participações imobiliárias na área, que inclui quatro parques temáticos, dois parques aquáticos, lojas, um complexo esportivo, restaurantes e hotéis.
De acordo com as novas regras, a responsabilidade pelo Reedy Creek provavelmente será transferida para os condados de Orange, Califórnia, e Osceola, Flórida, incluindo quase US $ 1 bilhão em dívidas de títulos de longo prazo.
Além disso, se a lei permanecer em vigor até o dia 1º de junho de 2023, o distrito de Reedy Creek deixará de existir a partir desta data. A Disney ainda não comentou sobre o caso.
