O aplicativo de entrega de comida Grubhub está sendo processado na cidade de Washington, EUA, por supostas práticas comerciais enganosas, incluindo taxas ocultas, preços elevados e falsificação de sites de restaurantes.
De acordo com o processo movido pelo procurador-geral do distrito de Columbia, Karl Racine, o Grubhub está aumentando os preços de pedidos em seu aplicativo secretamente.
Além disso, a empresa está sendo acusada de outras práticas supostamente ilegais e poderá ser condenada a devolver valores aos clientes, além de outras penalidades civis.
Segundo o processo recém-aberto, as propagandas do Grubhub de pedidos online gratuitos e entregas gratuitas ilimitadas do Grubhub Plus são enganosas.
O procurador argumenta que embora os clientes possam fazer pedidos com retirada gratuita, a empresa cobra taxas de entrega e serviço para pedidos padrão e taxas de serviço para pedidos no Grubhub Plus.
Essas taxas estariam sendo exibidas aos clientes como "impostos sobre vendas" para enganar os clientes na hora de realizar algum pedido de comida no aplicativo.
"O Grubhub enganou os moradores do distrito e aproveitou os restaurantes locais para aumentar seus próprios lucros, mesmo com os consumidores do distrito e as pequenas empresas lutando durante a pandemia do COVID-19", disse Racine em comunicado.
"O Grubhub cobrava taxas ocultas e usava táticas de publicidade de isca e troca – que são ilegais", acrescentou.
O Grubhub também está sendo acusado de listar restaurantes sem permissão e encaminhar pedidos por meio de seus serviços e recebendo uma comissão.
Segundo o documento do processo, há "mais de mil" restaurantes em Washington registrados no aplicativo sem nenhuma conexão com a empresa e com vários erros de menu que resultavam em problemas nas entregas.
A empresa ainda está sendo acusada de lançar microsites de restaurantes falsos e números de telefone personalizados que cobram taxas de ligação dos clientes, mesmo quando as ligações não resultavam em pedidos.
Em resposta as acusações, o Grubhub disse que "lutaria contra o processo" e que muitas das práticas descritas foram divulgadas inadequadamente ou foram descontinuadas.
"Durante o ano passado, procuramos nos engajar em um diálogo construtivo com o escritório do procurador-geral de DC para ajudá-los a entender nossos negócios e ver se havia alguma área para melhorias", disse Katie Norris, diretora de comunicações corporativas, em uma declaração ao The Verge.
"Estamos desapontados por eles terem avançado com este processo porque nossas práticas sempre cumpriram a lei de DC e, de qualquer forma, muitas das práticas em questão foram descontinuadas. Defenderemos agressivamente nossos negócios no tribunal e esperamos continuar servindo restaurantes e lanchonetes em DC", acrescentou.
A empresa também afirmou que o seu aplicativo não lista mais os restaurantes que não concordaram em utilizar seus serviços e retirou seus microsites e o programa Supper for Support.
Além disso, a empresa se compromete em deixar mais claro seus termos de uso informando com mais destaque aos usuários e especificará que apenas pedidos de retirada são gratuitos.
Esta não é a primeira vez que um aplicativo de delivery de comida é processado nos Estados Unidos por cobrar taxas mais altas. No ano passado, o DoorDash foi processado na cidade de Chicago por motivos semelhantes.
Por outro lado, algumas empresas do ramo, incluindo a Grubhub, processaram cidades por impor limites de taxas durante a pandemia do COVID-19.
