Venda da Ubisoft: Acionistas podem estar discutindo os termos de aquisição

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A Ubisoft, uma das maiores empresas de videogames do mundo, está em um momento decisivo. Rumores de uma possível venda circulam há meses, e agora, a discussão parece estar avançando.

De acordo com informações da Reuters, os acionistas da companhia estão discutindo os termos de uma possível aquisição, com foco na continuidade da família Guillemot no controle da empresa.

Mas o cenário está longe de ser simples. Há uma série de fatores que podem moldar o futuro da gigante dos jogos, e tudo isso está ligado a uma negociação que pode redefinir o rumo da empresa nos próximos anos.

A família Guillemot e o controle da Ubisoft

Os Guillemots, a família fundadora e principal acionista da Ubisoft, querem manter o controle sobre a companhia, mesmo após uma eventual venda.

Essa vontade de seguir à frente da Ubisoft é um ponto de atrito crucial nas negociações atuais. De um lado, temos os interesses da família, que quer manter sua influência no negócio da empresa.

Do outro lado, a Tencent, uma gigante chinesa do setor de tecnologia e já segunda maior acionista da Ubisoft, busca expandir seu poder na companhia para participar de decisões estratégicas, como a distribuição do fluxo de caixa.

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O que está em jogo para a Ubisoft?

A Tencent tem se mostrado um dos principais interessados nesse processo de aquisição, mas sua posição ainda não está completamente definida.

Apesar de ser um dos maiores acionistas da Ubisoft, a empresa ainda está decidindo se irá aumentar sua participação para apoiar uma possível compra.

De acordo com as fontes da Reuters, a Tencent está avaliando se vale a pena financiar o acordo, mas quer garantir que terá maior controle sobre as decisões da empresa caso isso aconteça.

Por outro lado, os Guillemots têm demonstrado resistência a esse movimento. A família parece não estar disposta a abrir mão do controle estratégico da empresa, mesmo que isso signifique abrir mão de uma aquisição.

Isso coloca a Tencent em uma posição delicada, pois, ao mesmo tempo, ela tenta evitar que um comprador externo entre no jogo e leve a Ubisoft para outro caminho.

"Continuamos comprometidos em tomar decisões no melhor interesse de todos os nossos stakeholders", disse um porta-voz da Ubisoft em uma declaração sobre a situação.

A empresa ainda revisa suas opções estratégicas, como já havia sido mencionado em ocasiões anteriores. O desejo dos Guillemots de manter a Ubisoft independente não é algo novo.

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A empresa já passou por dificuldades em momentos anteriores, como a tentativa de aquisição hostil feita pela Vivendi alguns anos atrás.

Na época, a família conseguiu manter a empresa à frente, mas os obstáculos continuaram aparecendo. Desde então, a Ubisoft teve que lhe dar com uma série de problemas que dificultaram seu caminho para o sucesso.

Nos últimos anos, a companhia lidou com acusações de má conduta sexual que abalaram sua imagem, além de lançamentos de jogos que não atingiram o sucesso esperado.

Títulos como Avatar: Frontiers of Pandora, Skull and Bones, XDefiant e até Star Wars Outlaws não conseguiram emplacar como esperado, o que gerou frustrações tanto entre os fãs quanto entre os investidores.

Além disso, a Ubisoft teve que adiar o lançamento de Assassin's Creed Shadows, perdendo milhões de dólares no processo, tudo para evitar que o título seguisse o mesmo destino dos lançamentos anteriores.

Esses obstáculos recentes geraram uma grande pressão sobre a empresa, tornando a proposta de venda ainda mais atrativa para muitos acionistas que veem na venda a possibilidade de um futuro mais seguro para a companhia.

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A incerteza sobre os próximos passos pode ter sido um fator importante para o avanço das discussões sobre uma possível venda.

O futuro da Ubisoft

A discussão sobre a venda da Ubisoft está longe de ser resolvida, mas já é possível perceber que a pressão por mudanças está crescendo.

A família Guillemot, por mais que tenha se mostrado resistente à ideia de uma venda, pode ser forçada a repensar sua posição diante dos desafios financeiros e da pressão do mercado.

A Tencent, por sua vez, se posiciona como uma potencial líder em uma nova fase da empresa, seja através de uma maior participação acionária ou até mesmo assumindo o controle da Ubisoft. O cenário atual da Ubisoft reflete um momento de transição e de grandes decisões estratégicas.

A empresa, que há muito tempo foi sinônimo de grandes franquias de jogos e inovação, agora enfrenta um futuro incerto, com questões de governança, problemas internos e a necessidade de se reinventar.

Resta saber como os acionistas, incluindo a família Guillemot e a Tencent, irão equilibrar seus interesses e qual será o impacto disso para os jogadores e fãs ao redor do mundo.