Valve começa a rejeitar jogos com conteúdo gerado por IA no Steam

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A Valve decidiu rejeitar jogos que possuam conteúdo gerado por inteligência artificial (IA). A empresa agora exige que os desenvolvedores demonstrem que possuem as permissões necessárias para utilizar esse tipo de material.

Nos últimos meses, a inteligência artificial gerativa se tornou um fenômeno global, com produtos como ChatGPT, DALL-E, Midjourney e Amper Music ganhando destaque.

No entanto, apesar da maioria das notícias atuais sobre o tema serem positivas, há preocupações de que os modelos de IA utilizados nesses serviços façam uso de material protegido por direitos autorais, o que pode resultar em problemas legais no produto final.

Isso coloca os usuários desses serviços em risco de enfrentar reclamações de direitos autorais. Diante dessa incerteza, a Valve adotou uma postura cautelosa, passando a rejeitar os jogos que possuem conteúdo gerado por IA.

Os desenvolvedores que questionaram o motivo da rejeição de seus jogos foram informados pela Valve de que não possuíam "todos os direitos necessários" para distribuí-los na plataforma ou para utilizar a tecnologia de IA.

Essa mudança pegou os desenvolvedores de surpresa e levanta questionamentos sobre o uso da IA na criação de jogos. Em resposta a esse caso, a Valve divulgou uma declaração ao IGN:

Continuamos aprendendo sobre a IA e como ela pode ser aplicada no desenvolvimento de jogos, incluindo seu processo de revisão para jogos enviados ao Steam. Nossa prioridade sempre foi aprovar o maior número possível de jogos que recebemos. No entanto, às vezes, a utilização da IA dificulta a demonstração de que um desenvolvedor possui os direitos necessários para utilizar a IA na criação de ativos, como imagens, texto e música. Há incertezas legais relacionadas aos dados utilizados para treinar modelos de IA. É responsabilidade do desenvolvedor garantir que ele possua os direitos apropriados para enviar o jogo.

Ainda não está claro como essa mudança afetará os jogos já existentes na loja Steam que dependem de conteúdo gerado por IA, como o famoso Flight Simulator da Microsoft.

A versão mais recente desse simulador utiliza o Blackshark.ai, que se orgulha em seu site de ter ajudado a criar mais de 1,5 bilhão de edifícios 3D fotorrealistas usados no jogo.

Embora nem todos esses 1,5 bilhão de ativos de construção possuam necessariamente direitos autorais para design, é possível que alguns deles os tenham, o que entraria em conflito com a posição atual da Valve em relação ao uso de IA gerativa em jogos.

Outro jogo famoso que utiliza IA gerativa é High on Life, que faz uso do Midjourney. Além disso, empresas de jogos como Unity, Epic Games, Roblox e Ubisoft também têm integrado ferramentas gerativas de IA em seus kits de desenvolvimento mais recentes.

Isso ocorre porque o uso de IA gerativa no desenvolvimento de jogos pode facilitar e acelerar o processo, além de reduzir os custos ao não precisar contratar programadores para criar conteúdo manualmente.

A IA gerativa também está sendo utilizada pelos desenvolvedores de jogos de outras formas, como na criação de narrativas, diálogos e em diversas outras áreas para facilitar as tarefas.

Essa iniciativa da Valve é algo inédito e ainda não se sabe se outros editores de jogos terão as mesmas preocupações sobre propriedade intelectual em jogos com conteúdo gerado por IA.

Atualmente, estão surgindo processos de direitos autorais relacionados ao uso de tecnologias gerativas de IA, e essas disputas podem se estender facilmente para o conteúdo dos jogos.

Via: Notebookcheck