TecFoco / Ciência / SpaceX testa foguete já usado e mira novo voo com mesmo equipamento

SpaceX testa foguete já usado e mira novo voo com mesmo equipamento

Imagem de: SpaceX testa foguete já usado e mira novo voo com mesmo equipamento

A SpaceX está dando um passo curioso e que pode mudar o jogo de vez. Pela primeira vez, eles levantaram no local de lançamento, em Boca Chica (Texas), um foguete booster do tipo Super Heavy que já tinha voado antes.

Quem acompanha o cenário espacial ficou de olho, porque esse movimento mostra que a empresa pode estar prestes a reutilizar esse mesmo equipamento num próximo lançamento do Starship.

Esse booster que voltou à ativa foi o mesmo usado no voo conhecido como Flight 7, que aconteceu em janeiro.

Naquela ocasião, o foguete funcionou direitinho na primeira parte do voo e foi pego pelas estruturas do local de lançamento — tipo um braço mecânico gigante que segura o foguete de volta, evitando que ele se espatife no chão.

Isso é bem difícil de fazer e a SpaceX conseguiu mais de uma vez, o que mostra que essa parte do sistema deles está bem afinada.

O grande destaque desse voo foi justamente o uso da segunda geração da nave Starship. O foguete principal, o Super Heavy, fez sua parte e foi recuperado.

Só que, depois que a nave se separou dele pra seguir viagem, o contato com a equipe em terra foi perdido. Pouco depois, a SpaceX confirmou que tinha perdido a nave.

Mesmo assim, o teste teve seus méritos. Eles conseguiram reutilizar, pela primeira vez, um motor Raptor no booster.

E isso não é pouca coisa, porque reutilizar motor de foguete é o tipo de tecnologia que ajuda muito a reduzir os custos das missões e acelerar o ritmo de lançamentos.

Tudo indica que sim. A SpaceX colocou novamente o booster do Flight 7 na base de lançamento e, segundo imagens da mídia local, dá pra ver que pelo menos nove dos motores são de voos anteriores.

Esses motores têm umas marquinhas nas bocas de saída que mostram que já foram usados antes. Isso pode indicar que eles estão prontos pra testar se o foguete inteiro pode voar de novo.

Por enquanto, ainda não está 100% claro se todos os motores são reaproveitados ou se alguns foram substituídos por outros novos.

Mas o fato é que a SpaceX está indo além do teste com apenas um motor reciclado. Parece que agora querem saber até onde dá pra ir com reaproveitamento. Essa é a parte que ainda tá pegando.

No voo seguinte, o Flight 8, a segunda etapa do foguete (a nave que vai pro espaço de fato) deu ruim de novo. A nave foi perdida, e a SpaceX ainda não deu detalhes sobre o que exatamente falhou.

Eles só comentaram que a vibração do sistema de propulsão causou desligamento dos motores. O órgão que regula voos nos EUA, a FAA, já encerrou a análise do Flight 7, mas não falou nada sobre o Flight 8.

SPACEX STARSHIP FLIGHT 7 FULL STACK
Pilha completa da Starship da SpaceX para o voo 7 antes do lançamento. Imagem: SpaceX

Essa nave é peça-chave pro futuro da SpaceX, porque ela é quem vai fazer manobras mais complexas, tipo transferir combustível no espaço — uma técnica que vai ser muito importante pra projetos como o Artemis, da NASA, que quer levar astronautas de volta à Lua.

Se a SpaceX conseguir de fato reutilizar esse booster do Flight 7 com sucesso, ela vai dar um passo importante rumo a lançamentos mais rápidos e baratos.

E quanto mais ela conseguir reaproveitar peças dos foguetes, menos dinheiro se gasta e mais frequentes podem ser as missões. Isso vale muito, principalmente quando o objetivo é explorar o espaço além da órbita da Terra.

Enquanto isso, o pessoal acompanha de perto os testes. Afinal, cada novo voo, mesmo com erro, é um aprendizado. E a SpaceX tem mostrado que aprende rápido — o que mantém o interesse em alta no que vem por aí.