A SpaceX está se movimentando com força total nos testes do seu foguete Starship Flight 9, no centro de lançamentos em Boca Chica, no Texas (EUA).
Depois de um tempo parada por causa do fracasso do voo anterior (Flight 8) em março, novas imagens de veículos da mídia local mostram que a empresa voltou à ativa. A próxima tentativa de lançamento do Starship pode estar mais próxima do que parece.
Ontem, a SpaceX levou a parte superior do foguete — chamada de segundo estágio — para a base de testes e encheu os tanques com combustível. Porém, logo depois, esvaziou tudo sem fazer o teste de disparo dos motores, o famoso "static fire".
Esse tipo de teste é uma das etapas mais importantes e, ao mesmo tempo, mais problemáticas do programa Starship desde o primeiro voo, que chegou a danificar a base de lançamento.
O Starship é um foguete totalmente reutilizável e faz parte de um dos projetos mais ambiciosos da SpaceX, que é levar humanos de forma econômica para a Lua, Marte e além.
Ele é dividido em dois estágios, o Super Heavy (primeiro estágio, que dá o empurrão inicial) e o próprio Starship (segundo estágio, que continua a missão até o espaço).
O modelo usado nos testes do Flight 9 passou por várias modificações desde o início do programa. A primeira vez que essa versão atualizada voou foi em janeiro, no Flight 7, mas infelizmente explodiu em pleno ar, espalhando destroços sobre o mar do Caribe.
Depois, em março, o Flight 8 teve destino semelhante, a nave explodiu antes de terminar a queima de subida, etapa onde ela deveria continuar acelerando após o impulso inicial.
A SpaceX explicou que, no Flight 7, vibrações no sistema de propulsão causaram um incêndio na parte de trás da nave, que desligou os motores. Já sobre o acidente do Flight 8, a empresa ainda não revelou os detalhes da investigação.
Por conta dessas falhas seguidas, a SpaceX está pisando no freio e fazendo tudo com mais cautela no Flight 9. Essa missão será histórica, porque será a primeira vez que a empresa vai reutilizar o mesmo Super Heavy booster (o primeiro estágio), que já voou no Flight 7.
A reutilização é um pilar fundamental do projeto Starship: economiza dinheiro, tempo e permite lançar foguetes com mais frequência.

No início do mês, a SpaceX já tinha feito um "static fire" com o Super Heavy que será usado no Flight 9. Esse tipo de teste serve para ver se os motores conseguem ligar corretamente e aguentar a pressão. Já no teste de ontem, o foco foi na parte superior do foguete, o Starship em si.
As imagens mostram que os tanques foram cheios com os mesmos níveis de combustível que costumam ser usados antes de um disparo estático. Só que dessa vez, não houve acionamento dos motores.
Mesmo assim, encher e esvaziar os tanques já é um teste importante, pois ajuda os engenheiros a ver se tudo está funcionando sob pressão — principalmente válvulas, sensores e a integridade do sistema.
Além disso, a SpaceX também testou as "flaps" do Starship, que são como asas móveis. Elas ajudam a controlar a nave durante a reentrada na atmosfera e são fundamentais para pousos futuros.
Já se passaram quase dois meses desde o último voo do Starship. A SpaceX está sob pressão para demonstrar resultados, porque esse foguete faz parte de um projeto da NASA para levar astronautas até a superfície da Lua nos próximos anos.
Para isso, a empresa precisa provar que consegue abastecer outro foguete em órbita, algo essencial para montar um posto de combustível espacial.
Ou seja, o sucesso do Starship não é só importante para Elon Musk. É um passo gigante para o futuro da exploração espacial — e, quem sabe, uma forma de baratear e democratizar o acesso ao espaço.
Mesmo com os atrasos e problemas, a SpaceX continua insistindo, aprendendo com os erros e evoluindo a cada teste. O Flight 9 pode ser um divisor de águas se os motores forem testados com sucesso e o voo acontecer ainda nas próximas semanas.