Qualcomm discute a compra da Intel, diz relatório

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A Qualcomm, uma das principais fabricantes de chips do mundo, fez uma jogada inesperada ao se aproximar da Intel com uma proposta de aquisição, de acordo com um relatório recente.

Diversos veículos de comunicação, como o Wall Street Journal, revelaram essa aproximação recente, que indica que a saga das grandes aquisições no setor de tecnologia está longe de terminar.

Segundo as informações divulgadas, a Qualcomm teria buscado a Intel com o objetivo de adquirir parte de seu negócio de chips, principalmente a divisão de design de processadores.

Inicialmente, havia rumores de que a Qualcomm queria apenas uma fatia específica da Intel, mas, com o tempo, esse boato evoluiu para uma possível compra completa da gigante de tecnologia.

De acordo com o The Wall Street Journal, Cristiano Amon, CEO da Qualcomm, estaria diretamente envolvido nas negociações, sugerindo que essa proposta é uma prioridade para a empresa.

A ideia é que a Qualcomm possa adquirir não apenas uma parte, mas potencialmente toda a operação da Intel, um movimento que mudaria o cenário do mercado de semicondutores.

O desafio financeiro dessa aquisição

Um dos principais obstáculos para que essa aquisição se concretize é o valor financeiro envolvido. Atualmente, a Intel está avaliada em cerca de US$ 98 bilhões, um montante que representa um desafio gigantesco para a Qualcomm, mesmo sendo uma empresa de grande porte.

A Qualcomm tem uma capitalização de mercado de aproximadamente US$ 190 bilhões e cerca de US$ 13 bilhões em caixa, segundo o analista Ming-Chi Kuo.

Isso indica que a empresa teria que buscar meios de financiamento para viabilizar essa aquisição, o que pode gerar dificuldades a longo prazo.

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O papel estratégico da Intel nos EUA

Outro ponto importante é o peso que a Intel tem para a economia e segurança nacional dos Estados Unidos. A Intel não é apenas uma fabricante de chips, mas um ativo estratégico para o país.

Devido a essa relevância, é provável que o governo dos EUA imponha barreiras regulatórias ou até impeça a transação, a menos que haja um apoio político claro para tal movimentação.

As relações entre as duas empresas e o governo norte-americano podem influenciar diretamente no andamento dessa negociação, dificultando ainda mais um acordo.

Impactos no mercado de PCs e semicondutores

A Intel, que recentemente voltou a investir fortemente no mercado de PCs com Windows, poderia ver essa negociação como uma oportunidade de revitalizar seus negócios.

No entanto, a entrada da Qualcomm nesse setor também aumenta a competição, já que a fabricante de chips busca consolidar sua posição no mercado de PCs, além do sucesso já conquistado em dispositivos móveis.

Outro fator a ser considerado é que a Qualcomm já possui uma presença robusta no mercado de chips móveis, e a adição dos ativos da Intel fortaleceria sua posição no setor de PCs.

Por outro lado, essa possível aquisição poderia ser um risco financeiro enorme, com efeitos imprevisíveis, tanto para o setor de tecnologia quanto para as duas empresas envolvidas.

O que o futuro reserva para essa negociação?

Ainda é cedo para prever se a aquisição realmente acontecerá. A Qualcomm teria que superar questões financeiras e regulatórias, além da própria complexidade que envolve a compra de uma empresa do porte da Intel.

O governo dos EUA, que recentemente concedeu incentivos à Intel através de programas como o CHIPS Act, pode ver essa aquisição como um risco para sua política industrial, o que complicaria ainda mais as negociações.

Além disso, empresas de investimentos, como a Apollo, e o próprio governo Biden têm oferecido suporte à Intel, o que pode proporcionar à empresa um fôlego extra para resistir a uma eventual compra.