Um levantamento recente do jornalista Jason Schreier, da Bloomberg, trouxe um dado que mostra a quantidade de jogos lançados nos últimos quatro anos.
De acordo com informações do SteamDB, em 2020 foram publicados na Steam cerca de 9.656 jogos. Já em 2024 esse número saltou para aproximadamente 18.626, o que representa um aumento de 93% em apenas quatro anos.
Esse crescimento mudou completamente o cenário. Hoje, um estúdio de desenvolvimento não precisa disputar espaço apenas com outros estúdios, mas também com plataformas de streaming, redes sociais e aplicativos que consomem boa parte da atenção do público.
Lançar um jogo já é desafiador por si só; conquistar visibilidade, atrair jogadores e gerar engajamento se tornou ainda mais difícil em meio a tantos lançamentos diários, que vão desde grandes produções de estúdios consagrados até pequenos projetos independentes.
Para quem joga, a realidade pode ser até positiva. Nunca houve tanta variedade de títulos disponíveis, com opções em diferentes estilos, faixas de preço e plataformas.
Além disso, a popularização dos serviços de streaming de jogos permite que até dispositivos menos potentes consigam rodar produções cada vez mais exigentes, ampliando o acesso e facilitando a experiência de quem gosta de testar novidades.
Por outro lado, para os desenvolvedores, esse excesso de lançamentos se transformou em um grande obstáculo. Jogos independentes ou de menor orçamento precisam disputar atenção com produções milionárias, e muitas vezes acabam ficando invisíveis no meio da multidão.
O resultado é que bons projetos, mesmo bem executados, não conseguem alcançar o retorno esperado, o que se tornou uma espécie de "novo normal" para o mercado.
Como explica Schreier, esse nível de saturação simplesmente não existia há cinco anos, o que evidência o tamanho da mudança. Não se trata exatamente de um problema a ser resolvido, mas de uma condição nova que redefine as regras do jogo.
A indústria continua crescendo, os jogadores têm cada vez mais opções, mas os estúdios precisam se adaptar a uma realidade em que lançar um jogo não garante visibilidade nem sucesso automático.
Esse excesso de títulos é parte de um mercado mais maduro e competitivo, que exige criatividade, estratégia e muito esforço para transformar um lançamento em destaque.
