A Intel está passando por uma grande reformulação, e o novo CEO, Lip-Bu Tan, já chegou mudando tudo. O foco principal da empresa agora é se firmar de vez na indústria de chips para IA e fortalecer sua atuação como fabricante de semicondutores.
Mas, segundo informações recentes, a Intel só deve conseguir lançar um chip realmente competitivo para IA por volta de 2027. Até lá, a NVIDIA continua dominando esse mercado praticamente sozinha.
Lip-Bu Tan assumiu o comando da Intel após a saída de Patrick Gelsinger em dezembro e, desde então, tem trabalhado para reorganizar a empresa.
Um dos principais desafios do novo CEO é tornar a Intel uma referência em fabricação de chips, competindo diretamente com empresas como a TSMC.
Para isso, ele quer atrair pelo menos dois grandes clientes para a divisão de fabricação de semicondutores da Intel.
Mudanças na gestão e cortes de custos
Fontes indicam que uma das primeiras medidas de Lip-Bu foi enxugar a estrutura administrativa da Intel, cortando cargos de gerência para tornar a empresa mais ágil e eficiente.
A Intel já havia passado por grandes demissões em 2024 para reduzir custos, e a tendência é que novos cortes aconteçam no curto prazo.
Apesar do impacto negativo no quadro de funcionários, o mercado reagiu bem às mudanças, e as ações da Intel subiram cerca de 25% desde que Lip-Bu assumiu o cargo.
Em uma carta enviada aos funcionários, o CEO deixou claro que quer transformar a Intel em uma das principais fabricantes de chips do mundo.
Esse movimento se encaixa na estratégia dos Estados Unidos de fortalecer a produção local de semicondutores, especialmente após o governo investir bilhões de dólares na Intel através da Lei CHIPS e Ciência.
O grande problema para a Intel é que criar um chip de inteligência artificial de ponta leva tempo. Segundo fontes internas, a empresa não deve ter um processador realmente competitivo antes de 2027.
Enquanto isso, a NVIDIA segue ampliando sua liderança nesse setor, com chips cada vez mais potentes e eficientes.
Lip-Bu também tem algumas críticas à antiga gestão da Intel. Ele acredita que a empresa perdeu muito tempo com uma estrutura burocrática e que isso acabou afastando clientes.
Agora, a nova estratégia é simplificar os processos e focar mais na satisfação dos clientes, especialmente para atrair empresas que queiram fabricar seus chips na Intel.
Atualmente, a Intel está desenvolvendo a tecnologia de fabricação 18A, um processo que, se der certo, pode colocá-la no mesmo nível da TSMC, principal fabricante de chips do mundo.
Caso a Intel consiga fazer essa tecnologia funcionar e produzir chips competitivos, a empresa pode recuperar boa parte do mercado que perdeu nos últimos anos.
O mercado de inteligência artificial está crescendo rapidamente, e a Intel sabe que precisa correr atrás do prejuízo.
No curto prazo, a empresa vai focar em cortes de custos e melhorias no processo de fabricação de chips. No longo prazo, a ideia é lançar um processador de IA capaz de competir de igual para igual com a NVIDIA.
Se a Intel conseguir entregar tudo o que promete, pode se tornar uma das principais fabricantes de chips do mundo. Mas, até lá, a empresa ainda tem um longo caminho pela frente.