Microsoft exige metas de lucro agressivas e preocupa estúdios do Xbox

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Quando pensamos nas três grandes fabricantes de consoles em 2025 — Nintendo, PlayStation e Xbox — a disputa pelas duas primeiras posições pode variar de acordo com quem responde.

Mas existe um ponto em comum, a Microsoft e Xbox estão em terceiro lugar com folga. Mesmo assim, a empresa estaria cobrando resultados muito mais altos de seus estúdios internos do que o que ocorre no restante do mercado.

Segundo uma reportagem da Bloomberg, a Microsoft e o Xbox estabeleceram metas de margem de lucro de 30% para seus estúdios.

Não é algo que vale para todos os jogos, as fontes citadas explicam que "nem todo projeto precisa bater a margem de 30%". Ainda assim, muitos times dentro da divisão Xbox já foram pressionados a perseguir esse número.

De acordo com dados da S&P Global Market Intelligence, a margem de lucro média de outros grandes nomes da indústria de games ficou entre 17% e 22% desde 2018.

O analista Neil Barbour, da mesma empresa, aponta que atingir 30% ou mais seria um objetivo típico de "uma publicadora que está acertando em cheio".

Fans have spent the last two years wondering why Xbox is closing studios, canceling games, raising prices, cutting jobs, and releasing its games on rival PlayStation and Nintendo platforms.This ambitious 30% profit margin target helps explain many of those moves. www.bloomberg.com/news/article...

Jason Schreier (@jasonschreier.bsky.social) 2025-10-23T11:05:18.279Z

Documentos apresentados durante o processo de compra da Activision Blizzard mostraram que, em 2022, a margem de lucro da divisão de games da Microsoft era de apenas 12%.

A reportagem da Bloomberg afirma que, depois da conclusão da aquisição em outubro de 2023, a diretora financeira da Microsoft, Amy Hood, colocou em prática essa meta de 30%.

A mensagem mostra que o investimento bilionário feito para tornar Call of Duty, World of Warcraft e Candy Crush franquias próprias precisa retornar lucro o mais rápido possível. Porém, apostas como incluir Call of Duty no Xbox Game Pass não parecem ter trazido o retorno esperado até agora.

Nos últimos dois anos, desde que a nova meta foi definida, a Microsoft demitiu milhares de funcionários da divisão de jogos, fechou estúdios e cancelou projetos que tinham grande expectativa do público. As demissões, porém, não são causadas apenas por estúdios que não atingiram o lucro desejado.

A companhia vem aumentando seus investimentos em inteligência artificial (IA) e parece disposta a cortar qualquer iniciativa que não esteja alinhada com esse foco, abrindo espaço financeiro para fortalecer essa área.

Saber que a liderança exige margens acima da média do mercado ajuda a entender como decisões tão drásticas se justificam internamente, incluindo lançar jogos exclusivos em plataformas concorrentes.

Críticos apontam que Microsoft e Amy Hood podem estar criando um cenário de fracasso para a divisão de games. Hoje, a empresa está longe da força que teve na época do Xbox 360.

Muitas pessoas acreditam que a Microsoft está aos poucos se afastando do mercado de videogames e enxergam um padrão onde a precisa cancela projetos de estúdios experientes, impõe metas consideradas inviáveis, aumenta preços de produtos e serviços e aposta em recursos pouco desejados pelos jogadores.

Ainda segundo a Bloomberg, projetos mais baratos ou com maior possibilidade de gerar lucro rápido terão prioridade. Isso indica uma estratégia baseada em jogos simples e experiências de serviço contínuo, pensadas para faturar mais do que inovar. Em resposta na reportagem, um porta-voz da Microsoft disse:

"Analisamos o negócio como um todo, equilibrando criatividade, inovação e sustentabilidade em um portfólio diverso de produtos. Como qualquer empresa criativa, às vezes é necessário tomar decisões difíceis, parar projetos que não funcionam por vários motivos e direcionar recursos para os que estão mais alinhados com nossa direção e prioridades."

O futuro do Xbox segue em discussão entre fãs e analistas. Enquanto isso, a pressão por lucros maiores deve continuar moldando decisões dentro da Microsoft e afetando diretamente o que chegará às mãos de quem joga.