O Galaxy S26 vai chegar com aquele ar de "comida caseira", funciona, mata a fome, mas não tem quase nada de novo.
O trio da nova linha segue a mesma pegada dos últimos anos, com mudanças pequenas, nada que faça o usuário ficar empolgado.
Em um momento em que até a Apple anda testando formatos diferentes, a Samsung segue firme na ideia de atualizar seus celulares de forma previsível — e, ao que tudo indica, isso acontece porque ela tem motivos para agir assim.
If you want to understand the future of Samsung phones, reading this article of mine is enough.
TM Roh has seized the highest authority over the mobile terminal business. Where is Samsung's phone division headed? What roles will TM Roh, Lee Jae-yong , and Choi Won-joonplay?… pic.twitter.com/cwS37quIHV
— PhoneArt (@UniverseIce) November 21, 2025
Quem acompanha as críticas do Ice Universe, um dos informantes mais conhecidos do setor, sabe que ele não poupa palavras quando fala da falta de iniciativa da empresa nos smartphones.
Alguns acreditam que esse tom mais duro começou depois que, supostamente, ele perdeu acesso a informações internas. Mesmo assim, não dá para ignorar os argumentos dele, que seguem uma linha muito lógica.
O Galaxy S26, de fato, tem tudo para ser um aparelho bem comum. A versão básica deve ganhar só um pouco mais de tela. O S26 Ultra tende a ficar mais fino, com bordas mais arredondadas.
A câmera frontal do Ultra deve ter um recorte um pouco maior — cerca de 4 mm — para dar um campo de visão mais amplo.
A linha inteira também deve alcançar um nível de carregamento sem fio parecido com o do iPhone e trazer de volta o conjunto de câmeras separado em ilhas na traseira.
São mudanças pontuais, mas não representam uma virada no jeito de pensar o design. O que mais chama atenção, pelo menos por enquanto, é o Exynos 2600. Os primeiros testes mostram números bem altos.
O detalhe é que só o S26 e o S26+ devem usar esse chip, e mesmo assim apenas em mercados específicos. Há quem diga que o Galaxy Z TriFold, que deve aparecer em breve, mostra que a Samsung ainda gosta de arriscar.
E isso é verdade, abrir espaço para um dobrável com três partes não é algo simples. Mas o problema não é falta de criatividade ou coragem.
A questão é outra. A empresa parece estar segurando seus avanços por causa dos incentivos que recebe de outras áreas do próprio negócio.
O incentivo que faz a Samsung andar devagar
O analista Jason C. argumentou recentemente que a Samsung vê outras frentes como seus verdadeiros geradores de lucro: computação voltada para IA, liderança em HBM, processos de 2nm e 1,4nm com GAA, novas soluções de empacotamento (X-Cube e I-Cube), além de sensores e memórias avançadas.
The unfortunate truth for Samsung: smartphones don't scale anymore.
- Leia também: 75% dos aparelhos Galaxy S26 devem vir com Snapdragon 8 Elite Gen 5 e 25% com Exynos 2600
The market is flat. People upgrade slower. Specs hit diminishing returns.
Even if Samsung ships 250 to 270 million phones a year, the growth curve is gone. MX is steady, not transformational.
Samsung’s…
— Jason C. (@_TheJasonC) November 21, 2025
Mesmo vendendo o Galaxy S26 Ultra por mais de 1.000 dólares, a margem do aparelho é pequena por causa do custo alto das peças.
Em compensação, um processo de fabricação de 2nm que realmente funcione bem ou uma linha de HBM4 competitiva pode render dinheiro em níveis muito maiores do que todo o setor de smartphones da marca.
Nesse cenário, a linha Galaxy S26 — assim como os outros celulares da marca — tem o papel de gerar dinheiro suficiente para bancar as fábricas e os projetos ligados à IA.
A Samsung não está colocando suas fichas no setor mobile para definir o futuro da empresa. Por isso, para ela, lançar aparelhos mais repetitivos pode ser uma estratégia aceitável enquanto garante o caixa necessário para seus projetos mais lucrativos.
Como essa situação ainda está presente, a tendência é que a série Galaxy S continue avançando devagar, sem grandes mudanças que realmente afetem o dia a dia do consumidor.








