A Intel desabilitou o recurso conhecido como DLVR Bypass em seus processadores Core Ultra 200S, uma mudança que impacta diretamente o consumo energético em cargas altas.
Antes, esse mecanismo podia ser ignorado pelos usuários usando as opções configuráveis no BIOS das placas-mãe compatíveis. Com a nova atualização de microcódigo, isso já não será mais possível.
Para quem não sabe, o Digital Linear Voltage Regulator (DLVR) foi introduzido pela Intel em 2021 como uma solução para melhorar a eficiência energética de seus processadores.
Ele começou a ser integrado nos chips Raptor Lake em 2022, mas o recurso ficou desativado na maioria dos modelos. Com os processadores Core Ultra 200S da linha Arrow Lake, o DLVR passou a ser parte ativa da arquitetura.
Seu funcionamento baseia-se em ajustar dinamicamente a voltagem fornecida à CPU conforme as demandas de processamento variam. Isso pode reduzir o consumo energético durante cargas leves ou médias, mas tem suas limitações em cenários de alta demanda, resultando em maior dissipação de calor e energia.
Por que o DLVR Bypass foi desativado?
Até recentemente, as placas-mãe Z890 tinha a opção de desativar o DLVR por meio do BIOS, ativando o chamado "Power Gate Mode".
Essa funcionalidade era usada para controlar melhor o comportamento do sistema em termos de eficiência energética. Contudo, com a nova atualização de BIOS que inclui o microcódigo 0x112, essa opção foi removida.
De acordo com o HardwareLUXX, a Intel justificou a decisão afirmando que a alteração tem como principal objetivo evitar o uso indevido do recurso:
"Isso foi feito para evitar o uso indevido acidental do bypass DLVR, também conhecido como modo power gate, garantindo que ele seja usado apenas em cenários de overclocking extremo com resfriamento subambiente, como nitrogênio líquido."
Essa abordagem restringe o bypass DLVR apenas a situações muito específicas, como overclocking extremo com resfriamento avançado, algo distante da realidade da maioria dos usuários.
Impactos no consumo energético
A desativação do bypass DLVR pode influenciar diretamente no desempenho energético das CPUs Core Ultra 200S. O recurso é muito eficiente em cargas leves, como durante jogos ou tarefas menos exigentes.
Porém, em situações de alta carga, como renderização de vídeos ou simulações pesadas, o DLVR apresenta algumas desvantagens.
Sob altas demandas, a conversão de voltagem realizada pelo DLVR pode gerar dissipação de até 90 W de energia adicional.
Antes, com o bypass ativado, os usuários podiam evitar esse desperdício de energia ao desligar a funcionalidade. Agora, essa alternativa foi eliminada, o que pode aumentar o consumo total em cenários intensos.
Apesar disso, em cargas baixas ou médias, o DLVR ainda oferece boa eficiência energética, mantendo-se como um ponto positivo na arquitetura.
Até o momento, apenas as placas-mãe da ASRock e da MSI implementaram o microcódigo 0x112, enquanto fabricantes como Gigabyte e ASUS ainda não lançaram atualizações compatíveis.
Para usuários que dependem de configurações específicas no BIOS, essa diferença de suporte pode influenciar na escolha de componentes no futuro próximo.
O que vai acontecer daqui para frente?
Com a Intel restringindo o uso do DLVR Bypass, a empresa aparentemente está buscando maior controle sobre o comportamento de seus processadores em cenários de alto desempenho.
Isso pode deixar alguns clientes desapontados, mas também aponta para uma abordagem mais conservadora no gerenciamento térmico e energético, privilegiando a segurança e a estabilidade dos sistemas.
Porém, como o novo microcódigo ainda não foi amplamente adotado por todos os fabricantes de placas-mãe, resta saber como o mercado reagirá a essas mudanças.
Para aqueles interessados em overclocking extremo, o uso de resfriamento avançado será uma exigência para explorar todo o potencial oferecido pela arquitetura atual.