A SAG-AFTRA, sindicato que representa atores e outros profissionais da indústria do entretenimento, anunciou que seus membros decidiram entrar em greve contra desenvolvedores e editores de videogames.
A decisão veio a público ontem (26) após um ano e meio de negociações, onde 24 dos 25 pontos de atrito foram resolvidos. O ponto de discórdia restante é o uso de Inteligência Artificial (IA).
"Não vamos aceitar um contrato que permita às empresas abusar da IA em detrimento dos nossos membros. Chega. Quando essas empresas se comprometerem a oferecer um acordo justo, estaremos prontos para negociar", disse o presidente da SAG-AFTRA, Fran Drescher.
O Diretor Executivo Nacional e Negociador Chefe, Duncan Crabtree-Ireland, falou da importância dos profissionais criativos na indústria:
"A indústria de videogames gera bilhões de dólares em lucro anualmente. As pessoas criativas, incluindo nossos membros que dão vida a personagens memoráveis, merecem compensação justa e consentimento informado para o uso de suas imagens e vozes pela IA. É impressionante que os estúdios de videogame ainda não tenham aprendido que nossos membros exigem tratamento justo."
Sarah Elmaleh, presidente do Comitê de Negociação do Acordo de Mídia Interativa, comentou a resistência dos empregadores em oferecer proteções justas de IA:
"Dezoito meses de negociações mostraram que nossos empregadores não estão interessados em proteções justas, mas sim em exploração. Recusamos esse paradigma e esperamos colaborar em contratos que garantam transparência e compensação justa a todos os artistas."
Por outro lado, Audrey Cooling, porta-voz do grupo de negociação que inclui empresas como Activision, Disney, Electronic Arts e WB Games, expressou decepção com a decisão do sindicato:
"Estamos decepcionados que o sindicato tenha optado por abandonar as negociações quando estávamos tão perto de um acordo. Nossa oferta responde às preocupações do SAG-AFTRA, incluindo proteções significativas de IA e compensação justa para todos os artistas."
As greves na indústria de jogos não são tão prejudiciais quanto as do setor de filmes ou TV, mas elas podem causar atrasos em lançamentos de títulos.
Jogos muito aguardados, como GTA 6, podem ser afetados, de acordo com as informações do banco de dados de status de videogame do SAG-AFTRA.
