CPUs AMD possuem vulnerabilidade crítica há mais de uma década

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Recentemente, foi descoberta uma nova vulnerabilidade que atinge milhões de CPUs AMD Ryzen e EPYC, chamada "Sinkclose". Essa falha pode abrir brechas para ataques cibernéticos, comprometendo seriamente a segurança dos sistemas.

A vulnerabilidade "Sinkclose" afeta uma parte crucial dos processadores AMD, facilitando o roubo de dados e a execução de código malicioso por invasores.

Em um cenário onde ameaças à segurança digital estão em constante evolução, essa descoberta chamou a atenção por afetar CPUs AMD há mais de uma década.

A revelação ocorreu durante a conferência de hackers Defcon, sendo apresentada por especialistas da empresa de segurança IOActive.

Mas afinal, o que é "Sinkclose"? Segundo um relatório da WIRED, essa vulnerabilidade permite que invasores executem códigos maliciosos nas CPUs da AMD enquanto estão no "System Management Mode" (SMM).

Esse modo é altamente sensível e abriga arquivos de firmware essenciais para o funcionamento do sistema. Para que um hacker possa explorar essa vulnerabilidade, é necessário obter acesso profundo ao computador ou servidor baseado em AMD.

Uma das maneiras de fazer isso é através de um malware chamado bootkit, que se infiltra no sistema de forma quase indetectável por softwares antivírus e compromete a segurança de maneira persistente.

"Imagine hackers de estado-nação ou qualquer outra entidade mal-intencionada com acesso ao seu sistema. Mesmo se você formatar seu drive, ele ainda estará lá, quase indetectável e praticamente impossível de remover," explicou Krzysztof Okupski.

AMD EPYC 4004 Desktop CPU

AMD reconhece falha "Sinkclose" e trabalha em uma solução

Mitigar essa vulnerabilidade não é uma tarefa simples. Para resolver o problema, é necessário abrir fisicamente o computador e utilizar uma ferramenta de programação de hardware chamada programador SPI Flash.

Esse processo pode ser complexo para o usuário comum. Felizmente, a AMD já reconheceu a vulnerabilidade e agradeceu aos pesquisadores por trazerem essa questão à tona.

Em resposta à descoberta, a AMD emitiu um novo boletim de segurança detalhando a vulnerabilidade e listou os processadores afetados.

A lista inclui processadores Ryzen 3000 e superiores, bem como CPUs de servidor EPYC de 1ª geração e posteriores. Além disso, a empresa lançou patches de firmware e microcódigo para mitigar os impactos em várias gerações de CPUs.

A família Ryzen 3000 Desktop, baseada na arquitetura Zen 2, é a única linha que ainda não possui uma mitigação disponível.

E apesar da AMD ter identificado e começado a trabalhar em uma correção para essa vulnerabilidade, ainda há muito a ser feito, sobretudo em termos de atualizações de BIOS.

Para o consumidor médio, não há motivos para pânico imediato, mas é importante ficar atento às futuras atualizações de BIOS que a AMD deverá lançar para corrigir todas as falhas de segurança dessas CPUs.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo focado em tecnologia.